24 de jul. de 2010

EMPRESAS INVESTEM EM PAGAMENTOS VIA CELULAR

portal iG 15/06/2010 - Olívia Alonso
Os consumidores já podem pagar suas compras pelo celular no açougue de Dona Ieda, em São Paulo. Basta aproximar o aparelho do terminal para que a compra seja efetuada. Em breve, crianças poderão comprar sorvetes na padaria dizendo ao caixa o telefone dos pais. Novidades como estas estão em teste e devem ser levadas a um grande número de consumidores brasileiros já no segundo semestre, segundo as empresas de cartões e financeiras. A aposta das companhias é que não só os cartões, mas principalmente os celulares – que já possuem uma grande penetração na população brasileira -, sejam os principais meios de pagamentos do País.

Duas tecnologias que estão em fase avançada de testes são o pagamento por proximidade, com a aproximação do cartão ou do telefone a um terminal de leitura, e o pagamento remoto, que é feito por mensagens de celular. A primeira modalidade está em desenvolvimento pela bandeira MasterCard e está sendo testada em alguns estabelecimentos pela Visa. “Dá pra dizer que nossa expectativa é ter tudo pronto no próximo ano”, diz Marcelo Sarralha, diretor de Produtos da Visa do Brasil. O principal fator que motiva as empresas a investirem em soluções móveis para pagamento é o fato de grande parte da população - de 70% a 80% - possuir celular no Brasil.

A tecnologia utilizada no pagamento por proximidade, que está disponível no açougue de Dona Ieda, é chamada de NSC e é similar ao Bluetooth. Para que a transação seja computada, é preciso que o cartão – ou aparelho celular – esteja a uma distância de até dez centímetros de um terminal, que emite um campo magnético, reconhece e autentica o cartão que está dentro deste campo. Se mais de um cartão ou celular estiverem juntos, o terminal deve pedir que o consumidor retire um.

Essa forma de pagamento é apontada pelos executivos como a melhor solução para locais em que há filas para pagar. “O grande diferencial é a velocidade do pagamento. O terminal para pagamento por proximidade será colocado em locais como cinemas, estádio de futebol, estacionamentos, redes de fast food”, diz Massayuki Fujimoto, diretor de inovação da Redecard.

Pagamento à distância

No caso dos pagamentos à distância, o consumidor envia pelo celular uma mensagem de texto, que é repassada pela operadora ao banco, responsável pela aprovação da transação. “É possível que um cliente esteja em sua casa na praia, peça uma pizza e pague pelo telefone, sem precisar ter dinheiro ou cheque”, conta Sarralha.

Para essa modalidade, a Visa apostará primeiramente em redes de delivery. Em seguida, quer levar a funcionalidade a outros nichos, como o de venda direta. “No caso do segmento de cosméticos, por exemplo, é possível que uma consumidora encomende um perfume e faça o pagamento por celular”, explica Sarralha.

A bandeira MasterCard, que possui um projeto piloto em andamento, deverá lançá-lo no próximo semestre. “Já temos toda a plataforma instalada e convidaremos estabelecimentos e clientes para testes”, afirma Luiz Guilherme Roncato, diretor de plataformas avançadas da MasterCard Brasil. A ideia da empresa, segundo o executivo, é de desenvolver outras funcionalidades além de compras. Já estão na agenda de implementação a recarga de celular, as transferências entre pessoas e consultas de saldo, segundo o executivo. “Quanto mais serviços tivermos neste ecossistema, maior a adesão e a utilização”, afirma.

Também será possível pagar contas sem cartão e com o celular de outra pessoa. “Meu filho pode ir à padaria comprar um sorvete e dizer meu número de celular na hora de pagar. Em casa, eu receberei uma mensagem com uma senha. Ligo para ele, passo o código e ele digita”, diz Massayuki. Neste caso, a criança precisa do aparelho telefônico apenas para receber a senha do pai, que antes precisa ir ao banco habilitar seu número. Segundo Massayuki, a Redecard possuiu mais de 600 mil terminais com a opção de aceitar o numero de celular como equivalente ao cartão, prontos para serem distribuídos durante o segundo semestre.

Nenhum comentário: