SEM PARAR FACILITA VIDA DOS USUÁRIOS

jornal Valor Econômico 28/06/2010 – Paulo Fortuna
É muito pouco provável que um motorista que trafegue por uma das grandes rodovias do Sudeste e Sul do país não seja abordado no pedágio com uma proposta de instalação do sistema de pagamento automático Sem Parar. Os números da Serviços e Tecnologia de Pagamento S.A (STP), empresa que administra o sistema, mostram que a estratégia vem dando resultado: no ano passado o número de usuários deu um salto de 46% sobre 2008. E a meta da companhia é continuar crescendo em ritmo acelerado, na faixa de 35% ao ano.

A expansão das concessões e do número de rodovias pedagiadas, aliadas à tecnologia implantada pelo Sem Parar/Via Fácil (o nome do sistema fora do Estado de São Paulo) são fatores importante para a disseminação do sistema, na avaliação do presidente da STP, Pedro Donda. "O nosso diferencial é que, ao contrário do que acontece em outros países, o motorista pode trafegar em diferentes estradas e usar estacionamentos com o mesmo dispositivo. Essa facilidade acaba estimulando o usuário a instalar o Sem Parar", diz o presidente da STP, empresa que tem como acionistas as concessionárias de rodovias CCR, a CCBR Catel, Primav, EcoRodovias, OHL e GSMP.

Com relação às empresas transportadoras, o executivo acha que a economia de tempo e combustível são os principais responsáveis pela adesão ao TAG - como é chamado o sistema de identificação eletrônico do Sem Parar instalado nos veículos. "Sem a desaceleração que ocorre na parada do pedágio, há uma redução do gasto com combustíveis, item que tem grande peso nos custos do setor. Estudos indicam que em apenas um dia e meio a economia compensa o valor pago mensalmente com o uso do dispositivo", afirma o presidente da STP. O custo mensal do TAG é de R$ 10,40 por veículo de passeio e R$ 11,61 para as demais categorias, além do valor gasto na utilização das praças de pedágio ou estacionamentos conveniados. O usuário ainda paga R$ 58,33 para instalar o dispositivo.

Segundo Donda, hoje 39,9% dos usuários de pedágio das 46 concessionárias de rodovias atendidas pela STP utilizam o TAG, mas esse número é bem maior em determinadas rodovias e horários específicos. Em estradas como a Bandeirantes, no trecho entre São Paulo e Jundiaí, a média mensal de utilização no período do final da tarde é de 56%, afirma, lembrando o grande volume de usuários que trabalham na capital paulista, mas moram em cidades da região.

Atualmente, há 2,2 milhões de veículos que usam o sistema, número que a STP pretende ampliar para 5 milhões dentro de quatro anos. De acordo com o presidente da empresa, a meta é que neste período 70% dos motoristas que trafeguem pelas rodovias pedagiadas utilizem o Sem Parar/Via Fácil. Atualmente, o sistema tem uma cobertura de 89% da malha pedagiada brasileira e a companhia pretende chegar a 100% já neste ano. A STP faturou R$ 3,5 bilhões em 2009, alta de 30% sobre 2008.

Donda avalia que a STP tem como continuar a crescer mesmo quando as metas de uso do pedágio forem atingidas. Ele aposta, por exemplo, na expansão do TAG no setor de estacionamentos em locais como shoppings e aeroportos. Em 2009, houve um crescimento de 121% no número de estacionamentos conveniados sobre 2008. Hoje, são 50 estabelecimentos credenciados.

O executivo acredita também que a companhia pode agregar mais valor aos seus serviços, como a implantação de um sistema de identificação eletrônica em que a tarifa de pedágio seja cobrada de acordo com quilometragem rodada pelo veículo, como já acontece em alguns países.

O Sem Parar começou a operar em 2000, com o processo de concessões rodoviárias no estado. Em 2003, com a entrada de novos acionistas e com o objetivo de expandir os negócios e as aplicações, foi criada a marca Via Fácil. A companhia atua hoje também nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.