24 de jul. de 2010

MOBILE BANKING FACILITA A CONVIVÊNCIA COM O CLIENTE

jornal Valor Econômico 28/06/2010 - Mario Rocha
A indústria de telefonia celular parece ter decidido que o consumidor não precisará de vários equipamentos diferentes para falar ao telefone, tirar fotos, filmar, enviar mensagens de SMS, acessar a internet e orientar-se pelo GPS. Tudo cabe em um dispositivo tecnológico de alto valor agregado, que tem recebido denominações como iPad, iPhone, Blackberry, Android, entre outros. De olho nessa tendência, os bancos absorveram essa tecnologia para oferecer o máximo de conveniência aos seus clientes, dando origem ao mobile banking, ou seja, ao uso do telefone celular para efetuar transações bancárias.

A corrida pela tecnologia bancária deve acompanhar a crescente bancarização da sociedade brasileira. De 2007 a 2009, o número de contas correntes aumentou 19%, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), de 112 milhões a 134 milhões. No mesmo período, as contas que utilizam o internet banking subiram de 30 milhões para 35 milhões, aumento de 16,7%. Os gastos com tecnologia passaram de R$ 16,5 bilhões para R$ 19,4 bilhões, mais 18%.

No Banco do Brasil (BB), em um universo de 35 milhões de contas, os correntistas que utilizam o mobile banking somam 1,5 milhão e efetuam 2 milhões de operações por mês. "O uso do celular não traz grandes vantagens de custo ao banco. Mas aumenta a fidelização do cliente, agrega valor à marca e permite um canal de relacionamento mais sofisticado com o cliente. Cria-se uma ligação dinâmica entre o cliente e o banco", afirma Hideraldo Dwight, gerente-geral da unidade de gerência de canais do BB. No Bradesco, o número de usuários de telefone celular chega a 2 milhões, o que significa 10% do total de correntistas e 5,5 milhões de operações mensais. "Estamos numa fase de crescimento exponencial e podemos chegar a oito milhões mensais até o fim deste ano", diz Candido Leonelli, diretor-executivo do Bradesco.

Para o diretor-gerente de canais de atendimento do Itaú Unibanco, Ricardo Guerra, o objetivo do mobile banking é entender a necessidade de um tipo de cliente que pode resolver sua vida bancária de forma conveniente num intervalo ocioso do seu dia. "Não vejo uma monopolização do mobile banking nas transações bancárias nem agora nem no futuro. O celular tem suas limitações e não é uma plataforma robusta onde se pode fazer de tudo. A tendência é a de que ele seja mais uma ferramenta para o cliente. Por isso, estamos investindo nessa plataforma para buscar uma melhor solução."

Em janeiro deste ano, o banco lançou o Itaú Mobile para Android, que faz os serviços bancários básicos, mas também ajuda a localizar agências e caixas eletrônicos via GPS. Recentemente, o banco lançou um aplicativo para o iPhone para clientes pessoas jurídicas, que permite autorizar o pagamento de contas, tributos e salários, além de contratação de serviços como antecipação de recebíveis, câmbio e consulta de ordem de pagamento. No Itaú Unibanco, os usuários de iPhone representam 57% dos clientes que acessam o internet banking.

No Bradesco, Candido Leonelli diz que está em teste um sistema de pagamento que facilitaria a vida de quem gosta de pedir uma pizza pelo telefone no fim de semana. Ao fazer o pedido a um restaurante credenciado pelo banco, o cliente informa o número do celular e a forma de pagamento (crédito ou débito). O vendedor digita os dados em uma máquina como essas de cartão de crédito e o estabelecimento recebe a informação do banco de que a conta está paga. Um serviço novo no Bradesco ajuda o usuário de iPhone que estiver procurando um apartamento para comprar ou alugar. Ele pode localizar, através do GPS, os apartamentos que o Bradesco Imóveis tem disponíveis, fazer sua visita e depois simular o financiamento, elaborar sua proposta e agendar a visita do vendedor.

Para Hideraldo Dwight, do BB, os bancos devem continuar lançando novidades de forma a agregar novas funcionalidades ao celular. Ele diz que o BB não tem uma meta de quantidade de clientes a serem contemplados com essas novidades.

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