10 de fev. de 2011

PERSPECTIVA DE INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR CRESCE PELO 6º MÊS

portal Folha Online 10/02/2011

A perspectiva de inadimplência do consumidor para um horizonte médio de seis meses cresceu 2,1% em dezembro, registrando o sexto avanço mensal consecutivo, segundo o indicador da Serasa Experian divulgado nesta quinta-feira.

Essa sequência de elevações sinaliza que a inadimplência do consumidor poderá reverter o atual movimento de queda ainda neste semestre, na opinião dos economistas.

As recentes medidas de aperto das condições de crédito anunciadas pelo Banco Central e a inauguração de um novo ciclo de elevação da taxa básica de juros, avaliam os analistas, deverão dificultar o equilíbrio orçamentário dos consumidores, agora mais endividados e, ao mesmo tempo, proporcionar um avanço mais modesto da massa real de rendimentos.

Apesar dessas recentes elevações, o indicador (94,3) permanece abaixo do nível 100, logo em um patamar inferior ao padrão histórico brasileiro. Por isso, a avaliação é que não há riscos de que essa inadimplência inviabilize a continuidade da expansão do crédito.

Outro indicador da Serasa apontou nesta semana que a inadimplência dos consumidores teve aumento de 24,8% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado, o maior crescimento nesse confronto desde julho de 2002.

Para as empresas, o indicador de perspectiva apresentou diminuição de 0,8% em dezembro, atingindo 83,6. Esse foi o vigésimo recuo mensal consecutivo, porém o menor desde maio de 2009. Segundo os economistas da Serasa, o resultado sinaliza que o processo de redução gradual da inadimplência das empresas, iniciado no último trimestre de 2009, está demonstrando algum esgotamento.

O ciclo de aperto monetário que deverá ser intensificado ao longo dos próximos meses exercerá pressões sobre o custo financeiro das empresas, contrapondo-se aos efeitos positivos do crescimento econômico para a geração de caixa, completam os analistas.

Pesquisa da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) publicada ontem mostrou que as taxas de juros das operações de crédito para consumidores e empresas voltaram a subir em janeiro.

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