10 de fev. de 2011

CIELO PREVÊ NOVAS BAIXAS NAS TAXAS COBRADAS DE LOJISTAS

portal Economia & Negócios 10/02/2011 - Altamiro Silva Junior (Agência Estado)

A Cielo prevê novas quedas nas taxas cobradas dos lojistas nas transações com cartões. A expectativa é de que no primeiro e no segundo trimestres de 2011 o indicador volte a apresentar baixa, segundo o presidente da companhia, Rômulo de Mello Dias, que participou hoje de teleconferência com jornalistas para comentar os resultados de 2010 da empresa.

Segundo Mello, a queda tem sido puxada por renegociações com lojistas e com bancos. Cerca de 70% dos grandes clientes da credenciadora já renegociaram contratos e definiram os preços que vão ser praticados em cada transação. Mas o impacto de muitos deles ainda não apareceu no balanço. "Quando fechamos a negociação com grandes contas, há um gap entre o fechamento do contrato comercial e a efetiva migração do volume das transações para a nova taxa", disse o presidente da Cielo.
No geral, essa migração demora cerca de dois meses. Por isso, contratos renegociados no final de 2010 vão ter impacto neste e no próximo trimestres.
A taxa cobrada dos lojistas por transações com cartões de crédito (chamada de MDR) caiu 12% no quarto trimestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano anterior. A taxa líquida fechou dezembro em 1,32%, ante 1,46% em setembro e 1,50% em dezembro de 2009. Há ainda uma parte dos grandes clientes, os 30% restantes, que ainda não renegociaram os contratos e que devem pressionar a taxa. "Podemos esperar novas quedas."

Mello destacou também que os estabelecimentos de menor porte também estão procurando melhores condições. Nestes casos, a empresa tem oferecido redução no aluguel dos terminais que fazem a captura das transações (POS). Após o fim do credenciamento, o presidente da Cielo destacou que a empresa teve de reforçar a área de atendimento aos clientes, aumentando o número de atendentes no call center. "O número de chamados aumentou substancialmente, seja porque o lojista queria uma negociação, seja porque ele estava migrando para a Cielo."

Rentabilidade

O foco da Cielo é a rentabilidade e não o aumento da participação no mercado, afirmou Rômulo de Mello Dias. "Estava no nosso planejamento que nós perdêssemos market share, pois há mais cartões Visa na praça que MasterCard", disse o executivo.
A Redecard, que passou a capturar as transações da Visa em julho do ano passado, ganhou participação no mercado a partir do terceiro trimestre de 2010. Já a Cielo perdeu participação. "Nosso posicionamento privilegia a rentabilidade."

Questionado sobre a forte queda recente das ações da credenciadora, Mello disse que a empresa tem sua própria avaliação, mas que o desempenho negativo dos papéis na Bolsa de Valores de São Paulo surpreenderam. "A intensidade desse movimento, sobretudo nos últimos 30 dias, foi muito forte." No ano, os papéis caem 13,6%, enquanto a Bolsa recua 6,3%.

"A Cielo vai continuar a ser a maior empresa de adquirência na América Latina", afirmou Mello. Atualmente, a companhia cadastra lojistas e captura transações para mais de 15 bandeiras, incluindo Visa, MasterCard, American Express e outras regionais, como Sorocred e Good Card. O executivo destacou que no ano passado, a empresa capturou R$ 262 bilhões em operações com cartões, o equivalente a 7% do Produto Interno Bruto (PIB).

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