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A atenção de emissores de cartões de crédito e outros credores a avaliações de crédito através de dados e informações não fornecidos pelas três principais agências de crédito intensificou-se após a crise financeira. O movimento foi destacado por alguns como um excesso de confiança nos escores de crédito tradicionais. Umas poucas instituições estão avançando mais uma etapa e abertamente aderindo a esses dados.
O Capital One Financial Corp é um desses credores e observadores dizem que outros grandes bancos estão aumentando seus testes e avaliações por fontes de dados alternativas, caminhando para implementá-las em duas decisões de crédito diárias.
"Há definitivamente um grande apetite para o que eu definiria como informações não tradicionais em relatórios de crédito", diz John Ulzheimer, presidente do site de educação do consumidor SmartCredit.com. "Os credores perceberam que depender apenas do arquivo de informações de crédito tradicionais não é suficiente."
Fornecedores de dados alternativos, como a L2C Inc. e a PRBC Credit Reporting Agency, atuam há cerca de uma década. Eles reúnem informações que a Equifax, a Experian e a TransUnion normalmente não fazem, como o histórico de pagamento de contas de celulares, de serviços de utilidade pública, de créditos por um dia, além de dados se registros de propriedade e informações de emprego.
Estas empresas foram criadas para ajudar os provedores de telecomunicações, varejistas e outras empresas que concedem crédito a consumidores que tinham pouco ou nenhum histórico de crédito. No início, as grandes instituições de crédito se esquivaram de tais dados, porque os chamados consumidores com baixo relacionamento bancário (“underbanked”) não eram um público-alvo para muitos bancos. Além disso, essas fontes de informação alternativas não haviam sido amplamente testadas em termos de previsibilidade. Mas, nos últimos anos, muitos players da indústria de serviços perceberam que a aplicação desses dados vai além de consumidores pouco bancarizados.
"À medida em que saímos da crise, e até mesmo durante a recessão, o que eles perceberam é que esses dados poderiam ajudá-los em toda a sua carteira de negócios e, com isso, buscaram uma maior utilização", disse em uma entrevista Mike Mondelli, fundador e executivo-chefe da L2C. "Então, eles começaram a fazer testes mais completos."
Equifax, Experian e TransUnion fizeram incursões para adicionar novas fontes de informações a suas bases de dados, incluindo emprego, aluguel e verificação de dados de ativos e de renda. TransUnion e Equifax, inclusive, têm formado parcerias estratégicas com L2C para fornecer os seus dados como um serviço adicional aos clientes.
"Como uma indústria, acreditamos ter ultrapassado a fase de testes e ceticismo", disse Mondelli. "Estamos firmemente sendo adotados e parece que vamos ser populares." Quinze dos 20 maiores em crédito ao consumidor estão usando dados da L2C ou estão em fase piloto, ele disse. "Isso não significa que eles estão usando em todo o seu negócio, mas já é um começo," acrescentou Mondelli.
"Está em nosso DNA olhar dados alternativos", disse Peter Maynard, vice-presidente da área de consumo do Capital One, em uma recente conferência em Nova York, acrescentando que a companhia começou a analisar as fontes alternativas de dados no final dos anos 1990. "O Capital One percebeu de imediato que havia mercados pouco explorados e que precisavam ser pesquisados."
“O Capital One, acima de tudo, confia em seus próprios modelos, que integram dados de diversas fontes, incluindo a L2C e o Census Bureau”, disse Maynard. “A empresa, muito frequentemente, não se baseia nas pontuações FICO (pontuação de crédito padrão da Fair Isaac Corp)”, acrescentou. “O FICO é uma grande ferramenta, mas não é a melhor quando se trata de encontrar tudo sobre seus clientes."
Apesar dos progressos na sua aceitação e aprovação, os dados L2C ainda são primordialmente usados para determinar o mérito de consumidores fora do segmento "super prime", ou aqueles com uma contagem FICO de 780 ou menos, segundo Mondelli.
"Muitas empresas, que elevaram seus padrões de conforto durante a crise financeira, estão procurando determinar se podem voltar a estabelecer sua faixa de segurança na concessão de crédito em 620. Elas estão usando dados alternativos para descobrir quem são as melhores pessoas desse grupo. "
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