21 de jun. de 2011

FRANQUIA É ATALHO DE BANCO PARA “PEJOTINHAS”

jornal Brasil Econômico 20/06/2011 – Ana Paula Ribeiro

As redes de franquias se tornaram uma fonte importante para os bancos captarem novos clientes no segmento de pequenas e médias empresas, filão cada vez mais desejado pelas grandes instituições. "O convênio com um franqueador é um grande gerador de contas pejotinhas para o banco", diz o diretor do departamento de produtos e serviços do Bradesco, José Ramos Rocha Neto.

O potencial desse grupo de "pejotinhas" - pessoa jurídica de menor porte - de fato é elevado. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) contabiliza 1.855 redes no país com mais de 86 mil pontos de venda. O convênio que os bancos fazem é com o franqueador responsável por uma determinada rede.

Além do convênio permitir acesso a um número elevado de potenciais clientes, a avaliação dos bancos é que franqueados e candidatos a esse posto possuem melhor avaliação de risco de crédito. A justificativa é que eles exploram ou irão explorar um produto que já tem um histórico de vendas e de conhecimento da marca. "Conseguimos fazer uma análise mais rápida porque já conhecemos a política de crédito do franqueador", afirma Rocha Neto.

Segundo o executivo, algumas redes exigem um mínimo de capital próprio do candidato a franqueado e outras não aceitam que eles tomem financiamento para a abertura da primeira loja. Por isso, além do crédito para a abertura de novas lojas, as instituições financeiras também oferecem linhas para capital de giro e antecipação de recebíveis.

O Bradesco criou uma área no banco para cuidar desse público, a Bradesco Franquias e Negócios, e hoje conta com 84 convênios que possuem, ao todo, 9.108 pontos de venda - mas nem todas tomaram crédito. De acordo com o executivo, o crescimento nos empréstimos para esses clientes no primeiro trimestre foi de 4,5% sobre o montante do fim de 2010. Para o ano, Rocha Neto aposta em uma alta superior a 20% em relação ao ano passado, mas os valores das concessões não foram revelados. Na captação de recursos, a expansão foi de 24,4% e de 19,2% no número de contas abertas.

Entre as facilidades para esse grupo, está o crédito à pessoa física interessada em abrir a franquia de uma loja. Neste caso, o banco pede como garantia um imóvel e o financiamento é limitado a 50%do valor do bem. Em algumas linhas, há também a possibilidade de carência de até seis meses para o início do pagamento.

Na Caixa Econômica Federal, também foi desenvolvido um programa para atender as empresas. Os desembolsos tiveram início em 2006 e o banco também oferece linhas para aqueles que estão interessados em abrir uma franquia, mas que ainda não concluíram o processo de abertura da empresa. "É difícil ele tomar crédito sem ter a empresa ainda, por isso essa linha é uma grande facilidade para o setor", diz o superintendente nacional de Pequenas e Médias Empresas da instituição, Sergio Netto Amandio.

Nos primeiros quatro meses do ano, o banco público, que possui convênio com 72 redes de lojas, já concedeu R$ 171 milhões em crédito, uma expansão de 26% em relação a igual período do ano passado. Em todo o ano passado, as concessões chegaram a R$ 460 milhões e para este ano a projeção é que os desembolsos fiquem entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão. "Vamos aumentar os nossos desembolsos por conta da linha para financiamento de máquinas e equipamentos que vamos incluir nos convênios a partir do segundo semestre", explica o executivo.

Além das linhas de crédito para capital de giro e abertura das lojas, o Banco do Brasil oferece também soluções específicas para comércio exterior, caso o franqueado tenha interesse em explorar mercados fora do Brasil. Atualmente, a instituição possui convênio com 176 redes de lojas.

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