30 de jun. de 2011

INADIMPLÊNCIA SOBE PARA MAIOR NÍVEL DESDE FEVEREIRO DE 2010, DIZ BC

portal G1 28/06/2011 - Alexandro Martello

A taxa de inadimplência das pessoas físicas e das empresas, que mede atrasos de pagamento superiores a 90 dias, subiu de 4,9% em abril para 5,1% em maio deste ano, o maior patamar desde fevereiro de 2010, quando estava em 5,3%.

A inadimplência somente das pessoas físicas, por sua vez, avançou pelo quarto mês consecutivo em maio, quando atingiu 6,4%. Em abril, a taxa indimplência das pessoas físicas estava em 6,1%. O patamar de maio é o maior desde junho do ano passado (6,5%).

Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas também registrou crescimento em maio, quando atingiu 3,9%. Trata-se do maior patamar desde outubro de 2009, quando estava em 4%.

"Estávamos antecipando há alguns meses que poderia haver alguma reação da inadimplência em função dos juros mais altos, e pelo maior comprometimento de renda das famílias. A tendência desse movimento é de acomodação da inadimplência, provavelmente no segundo semestre. Porque estamos em um momento de crescimento da economia, com expansão da renda e do emprego. Estamos com taxa de inadimplencia em níveis bastante normais", declarou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC.

Alerta
O crescimento da inadimplência nos últimos meses tem gerado temores nos analistas do mercado. Segundo reportagem do Financial Times, a preocupação é com uma possível "bolha de crédito".

O jornal observa que a proporção de empréstimos com pagamentos atrasados por mais de 90 dias vem crescendo rapidamente nos últimos meses e, na avaliação da Serasa Experian, deve chegar a 8% até o final do ano.

De acordo com Maciel, do BC, a estrutura de crédito do Brasil, frente a outros países, tem um diferencial grande, que é a pariticpação do crédito habitacional muito menor do que os demais países. "Agora que voce tem um crédito habitacional crescendo de forma mais expressiva, superou 4% do PIB. É um percentual, para os padrões internacionais, baixo", declarou.

Para diminuir os riscos na concessão do crédito, o Banco Central anunciou, em dezembro do ano passado, medidas macroprudenciais para proporcionar mais segurança.

A autoridade monetária aumentou a alíquota dos compulsórios, retirando mais de R$ 61 bilhões da economia (recursos que poderiam ser emprestados) e aumentou a exigência de capital dos bancos para operações de crédito de prazo mais longo para pessoas físicas.

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