30 de nov. de 2010

SERASA CRIA ÍNDICE DE FRAUDES APLICADAS POR CONSUMIDORES

jornal Folha de S. Paulo 29/11/2010 - Carolina Matos

A Serasa Experian, de informações financeiras, lança hoje um índice para medir as tentativas de fraude praticadas por pessoas físicas contra empresas no Brasil.

Com o indicador, que será divulgado a cada mês, a Serasa quer alertar o mercado para os golpes mais comuns em determinado período.

"À medida que o índice subir, apontando que as tentativas de fraude estão mais ativas, as empresas poderão intensificar a segurança", diz Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian.

O indicador que sai hoje, referente a outubro, mostra que as tentativas de fraude por uso indevido de dados de consumidores somaram R$ 592,2 milhões. De janeiro até o mês passado, o volume superou R$ 5,8 bilhões.

Loureiro diz que os casos reportados de golpes efetivos cresceram nos últimos 12 meses, no embalo do aquecimento econômico, o que estimulou a criação do índice.

A Experian já publica indicadores similares no exterior, em países como EUA e Reino Unido, há cinco anos.

AS MAIS COMUNS

Ainda de acordo com a Serasa, as fraudes na tomada de crédito são as mais comuns no Brasil -seja no sistema financeiro, no varejo ou em telecomunicações (com celulares, por exemplo).

E, entre elas, aparecem com maior frequência as que envolvem o uso indevido de documentos de identidade.

Assim, para se proteger, as empresas devem confirmar dados cadastrais e avaliar as "informações comportamentais" do consumidor.

"É muito comum que as companhias não separem as perdas que têm por causa de fraudes desse tipo daquelas que são resultado de inadimplência", diz Loureiro.

"E é preciso separar as coisas porque as medidas de combate em cada caso são diferentes."

O novo índice vem do cruzamento de três dados.

Primeiro, o número total das consultas de CPFs feitas mensalmente na Serasa.

Depois, a estimativa do risco de fraude envolvendo uma amostra desses CPFs, obtida por modelos de probabilidade desenvolvidos pela companhia.

E a terceira informação é o valor médio dos golpes efetivamente aplicados registrados pela Serasa.

"Nossa base de dados é muito grande. Atendemos 400 mil empresas que fazem aproximadamente 4 milhões de consultas por dia, o que nos permite chegar a um indicador consistente", afirma Loureiro.

NATAL

Até agora, o índice de golpes no ano foi mais alto em maio (chegou a R$ 662,5 milhões), mês do Dia das Mães. Essa é a segunda data mais importante do ano para o varejo brasileiro.

Mas a Serasa diz que esse recorde pode ser batido no Natal, época em que mais se vende no país.

Em 2011, a empresa deve começar a divulgar também um índice de fraudes envolvendo pessoas jurídicas.

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