24 de jul. de 2010

REDE CREDENCIADA PODERIA CHEGAR A 10 MILHÕES

jornal Valor Econômico 14/06/2010 – Adriana Cotias
É no pequeno comércio, nas vendas diretas e serviços de "delivery" que o celular é visto como um grande veículo para dar mais abrangência aos meios eletrônicos de pagamentos no Brasil. Segundo o diretor-geral da Oi Paggo, Roberto Ritte, há estimativas no mercado de que, com o celular fazendo as vezes de terminal de captura de transações, seria possível construir uma rede de 10 milhões de estabelecimentos credenciados no país.

"Por ser barato, o celular pode ser a porta de entrada do pequeno lojista no mundo das transações eletrônicas, porque esse comerciante, a vendedora porta a porta, muitas vezes, não tem condição de pagar um aluguel de R$ 60,00 pelo POS", diz o presidente da Redecard, Roberto Medeiros. Foi pensando nisso que a credenciadora desenvolveu a tecnologia do Foneshop, hoje usada por 11 mil profissionais, entre taxistas, revendedoras de cosméticos e consultórios odontológicos.

Foi o apelo do custo que levou Maria Pereira da Silva Pontes, de 43 anos, dona de um pequeno salão de beleza em Vargem Grande (RJ) a aderir ao Foneshop há dois meses. "O aluguel da maquininha era um absurdo, R$ 70 a R$ 80, dependendo da empresa, e tinha que pagar mais de 5% por transação", diz. Hoje, com o celular, o recebimento de serviços como manicure, corte de cabelo ou depilação é realizado a uma taxa de 2,88% para pagamentos à vista e de 3,88% nos parcelados.

O taxista Nilson Lisboa, de 53 anos, de Barueri (SP), já chegou a ter a maquininha da Cielo no seu carro, mas o aluguel de R$ 30,00 mais o percentual descontado das corridas pesava no faturamento mensal de até R$ 2 mil. Foi assim que ele foi catapultado para a tecnologia da novo e-pay, recebendo o valor das corridas daqueles passageiros cadastrados à bandeira. Nesse modelo não há aluguel e a taxa descontada de cada operação é de, no máximo, 1,98%.

O serviço nasceu como piloto na região de Barueri e Santana do Parnaíba, onde tem 1,8 mil estabelecimentos credenciados e movimenta R$ 450 mil por mês, e agora avança para outras praças como Rio, Mato Grosso do Sul, Tocantim, Goiás e Santa Catarina, conta o presidente Anderson Cicotoste. Sem um banco ou bandeira para encampar a ideia, ele sabe, porém, que dificilmente terá uma operação de escala e, por isso, a empresa vem se posicionando como uma provedora de soluções.

A Visa trabalha na tecnologia de "mobile payment" em duas frentes, nos pagamentos remotos e nos presenciais. Segundo o diretor de produtos, Marcelo Serralho, o Brasil não conta ainda com aparelhos celulares comerciais com tecnologia de radiofrequência ("near field comunication") que dê segurança aos micropagamentos sem contato, que colocariam o cartão de crédito dentro celular. A bandeira se uniu ao Bradesco e à Claro para testar um modelo de negócio e trazer outros players para o projeto.

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