21 de jul. de 2010

OPERAÇÃO DA MASTERCARD NA AL CRESCE O DOBRO DA GLOBAL

A operação da MasterCard na América Latina é a que cresce em ritmo mais acelerado dentro da operação global da companhia. Enquanto esta última cresceu 8,3% no primeiro trimestre do ano, os negócios latino-americanos aumentaram 16,2%, mesmo ritmo de Ásia e Oriente Médio. A MasterCard não abre os números por países ou segmento de negócios, mas a maior parte do resultado na região vem das operações de Brasil e México, diz Gilberto Caldart, presidente da MasterCard para Brasil e Cone Sul.

Nos três primeiros meses do ano, foi registrado um volume de transações de US$ 49 bilhões por meio de cartões de crédito e débito da bandeira na região (excluindo as bandeiras Maestro e Cirrus). Esse valor equivale a 7,8% do volume transacionado em todo o mundo com os cartões da MasterCard. A base de cartões de crédito cresceu 5,1%, com 122 milhões de plásticos emitidos, e 2% em débito, com 130 milhões de cartões.

"Tivemos um primeiro. trimestre muito bom, pois vimos a retomada dos negócios na América Latina depois dos efeitos da crise", diz Caldart. Para sustentar esse crescimento, a companhia investe para expandir seu leque de produtos. "Temos um. portfólio de produtos no mundo de pré-pagos que vamos trazer para o Brasil", diz Caldart. "Teremos novidades em breve."

Segundo o presidente, os motores da indústria de cartões no Brasil são a expansão do consumo, a maior bancarização da população que ainda está fora do sistema financeiro, e a presença ainda baixa dos meios eletrônicos de pagamento no consumo dos brasileiros. Hoje, cerca de 23% de todo o consumo das famílias no país é pago com cartões. Segundo Caldart, a expectativa é que até o fim deste ano o percentual chegue a 25% e, nos próximos três a cinco, anos bata na casa dos 40%.

Concorrência acirrada

A concorrente Visa também teve um bom primeiro semestre. A Visa registrou crescimento de 20,4% no volume de pagamentos na América Latina e Caribe, com um volume de US$ 58 bilhões em transações de crédito. No débito, o crescimento foi de 22% (US$18 bilhões).

O vigor da economia está atraindo outras bandeiras para o país, além das iniciativas locais, como a bandeira Elo do Bradesco e Banco do Brasil. No ano passado, desembarcou por aqui a americana Discover. Segundo o presidente da Redecard, Roberto Medeiros, já há negociações com outras bandeiras que querem operar no país, uma delas asiática. "Também no mercado de bandeiras vamos ver mais competição, como no mercado de credenciamento, que vão competir no nicho de benefícios, de pré-pago. Nós queremos competir em todos os segmentos", diz Caldart.

Perguntado se a MasterCard só dará licença para bancos ou empresas ligadas a eles para processar e credenciar estabelecimentos comerciais para aceitar cartões, como a Visa anunciou, Caldart explicou que esse quesito em particular não é o mais importante. "Levamos em consideração o todo, o plano de negócios e a capacidade financeira da empresa."

(jornal Brasil Econômico 19/05/2010 - Thais Folego)

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