13 de dez. de 2011

MERCADO DE TI PARA FINANÇAS SERÁ MAIS ACIRRADO EM 2012

jornal DCI 06/12/2011 - Bruno de Oliveira

O mercado brasileiro de terminais de autoatendimento (ATM, na sigla em inglês) será marcado por disputas acirradas em 2012. Isso porque os principais players do setor que atuam no Brasil, como Itautec, Perto e NCR, traçaram estratégias agressivas para o período. Líder em fatia de mercado no segmento, a Itautec planeja expandir seus canais de vendas, assim como aumentar seu portfólio de serviços terceirizados ao setor bancário (outsourcing). Na mesma linha vai a Perto, que fechou o ano 2011 com faturamento de R$ 320 milhões e projeta crescimento de 20% para o ano que vem, focando na exportação e terceirização. A NCR, por sua vez, realizou aquisições no segmento para aumentar sua fatia no mercado nacional.

"Nossa meta é nos tornarmos o número um no Brasil, assim como já acontece com a NCR em outros países", disse o vice-presidente regional para América Latina e Caribe Elias Rogério da Silva. Brasil e Colômbia, de acordo com a empresa, são os países da América Latina nos quais ela ainda não lidera.

A NCR anunciou que firmou uma parceria com a Scopus Tecnologia, subsidiária do grupo Bradesco. "A aliança e o acordo com o banco para o fornecimento de terminais de autoatendimento ampliam significativamente a nossa presença no importante mercado brasileiro de caixas eletrônicos, com um pedido inicial de 6.000 unidades", conta o presidente da NCR, Bill Nuti. Com essa medida, a companhia passou a deter 49% da fábrica NCR Manaus, que por tabela se tornou independente, passando a ser administrada por John Gregg, CEO e presidente da nova unidade.

A NCR também adquiriu a Radiant Systems Inc., líder de ofertas multicanais para o ponto de venda e soluções gerenciadas de hospitabilidade, que veio para complementar as necessidades do mercado varejista. Atualmente o portfólio da empresa em hardware e software para o varejo conta com os clientes McDonald's, Frango Assado, Makro e Drogasil.

Expansão

Para atender à demanda por caixas eletrônicos, a Perto vai expandir sua fábrica no município de Gravataí, no Rio Grande do Sul, além de aumentar em 10% seu departamento de outsourcing. A nova área terá 100 metros quadrados e 33 mil metros de área construída. O investimento será de R$ 38 milhões e faz parte da estratégia da empresa de crescer no setor bancário, responsável por 60% da sua receita bruta, e de atuar de forma mais agressiva no mercado de varejo, que hoje representa 10% do faturamento, e de serviços, como assistência técnica, que respondem pelos 30% restantes. "Do total investido, R$ 26 milhões serão destinados para compra de equipamentos de precisão com foco na automação dos processos. Os outros R$ 12 milhões serão aplicados na ampliação da área construída", disse Marco Aurélio Farias, diretor comercial da Perto.

"Avaliamos diversos locais, principalmente no Norte e Nordeste, mas optamos por manter o projeto no Rio Grande do Sul", afirma o presidente da Perto, Thomas Elbling. A obra teve início em setembro de 2011 e estará concluída em oito meses. Neste período, vai gerar 60 empregos temporários diretos e indiretos, destes 70% representando mão-de-obra local. Atualmente, a empresa possui 22% do mercado de ATMs e prevê dobrar o faturamento em outsourcing até dois anos. Outro foco da empresa para 2012 será a vertical de varejo. "Ainda temos pouca presença neste segmento. Projetamos em 2012 criar mais ações de aproximação junto ao setor. Atualmente estamos desenvolvendo uma central de pagamentos para a rede varejista Renner", conta Marco Aurélio Faria.

Já a Itautec vai apostar na internacionalização de seus serviços, ampliando seus canais de vendas por regiões da América Latina. Em novembro, a empresa fez o embarque de 1000 ATMs para uma rede bancária que atua no México. No mercado latino-americano, a Itautec é a terceira maior fornecedora de caixas automáticos segundo o levantamento Retail Banking Research. Hoje, 7% do faturamento é gerado pela exportação de produtos e serviços, e a empresa quer aumentar em até 20% nos próximos cinco anos.

Ainda no campo da internacionalização dos negócios, o presidente e CEO da Itautec, Mário Anseloni, afirmou que a expectativa é alcançar 20% da receita vinda de negócios no exterior, mas tudo vai depender da crise econômica internacional.

Anseloni ressaltou apenas que a procura pelas tecnologias brasileiras na área de comercialização de automação bancária tem crescido, e a ideia é aproveitar as oportunidades que começarem a surgir, inclusive com serviços de alta tecnologia nos caixas eletrônicos em 3D. "A ideia é também desenvolvermos produtos personalizados, além de itens de alta performance. Estamos prospectando negócios na Europa, África e, a longo prazo, EUA", declarou.

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