13 de dez. de 2011

BANCO DO BRASIL DÁ R$ 20 BI PARA NOVO PRODUTO DE CREDIÁRIO

jornal O Estado de S. Paulo 09/12/2011 - Leandro Modé

Em meio aos esforços do governo federal para estimular o consumo neste fim de ano, o Banco do Brasil lança uma nova modalidade de crediário com uma destinação que, no total, pode chegar a R$ 20 bilhões. A novidade estará disponível para cerca de 20 milhões de clientes do banco a partir de quinta-feira.

O dinheiro poderá ser usado por meio dos cartões emitidos pelo BB. "Hoje, temos duas funções no cartão: débito e crédito. Esse novo produto vai deixar à disposição do cliente uma terceira: crediário", explicou o vice-presidente de Negócios de Varejo do BB, Paulo Rogerio Caffarelli. A ideia, segundo ele, é que a terceira opção seja oferecida pelos funcionários do comércio na hora do pagamento.

Dos 80 milhões de cartões que compõem a base do banco, 20 milhões terão acesso à função. Segundo o diretor de empréstimos e financiamentos do BB, Gueitiro Matsuo Genso, o limite para cada cliente foi definido de acordo com modelos matemáticos que tomam por base, por exemplo, o histórico de crédito.

O prazo máximo para esses financiamentos é de 48 meses e as taxas de juros variam de 2,17% ao mês (no caso de um empréstimo de 6 meses) a 2,83% ao mês.

Em um primeiro momento, só terão acesso à nova modalidade de crédito os clientes de cartões com a bandeira Visa. Segundo Caffarelli, as negociações com outras bandeiras estão em andamento. Ele também informou que, neste fim de ano, dois segmentos de consumo têm destaque na estratégia do BB: linha branca e turismo.

O diretor de cartões do banco, Raul Francisco Moreira, frisou que o cliente vai poder usar o crediário para os produtos que desejar. A ênfase nos dois segmentos decorre da proximidade com o Natal e das férias de verão.

Macroprudenciais

O novo produto - que terá até um plástico específico com o nome ‘crediário’ em relevo - começou a ser desenhado em agosto. Por isso, disse Caffarelli, não tem relação com as medidas do governo para reaquecer a economia.

Ele observa, porém, que parte do dinheiro colocado à disposição para o crediário vem do afrouxamento das medidas macroprudenciais, anunciado pelo governo há três semanas.

No fim do ano passado, o Banco Central (BC) lançou mão desse tipo de medida para esfriar a atividade econômica e, por tabela, a inflação. Os dois setores mais atingidos, na ocasião, foram linha branca e automobilístico. Com o esfriamento da economia no terceiro trimestre, o BC as reverteu.

Nas contas do BB, esse afrouxamento liberou mais R$ 25,9 bilhões para a concessão de empréstimos. Caffarelli ressalta que esse montante não está diretamente relacionado com os R$ 20 bilhões da nova modalidade de financiamento. Mas ele afirma que as medidas permitiram, por exemplo, que as taxas de juros cobradas dos clientes sejam menores do que as previstas inicialmente.

O vice-presidente do BB também acredita que o novo produto ajudará o banco a cumprir a meta de expandir os empréstimos às pessoas físicas entre 17% e 21% neste ano. Até o terceiro trimestre, o crescimento acumulado no ano estava em 20,2%.

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