24 de jul. de 2010

MEIRELLES DEFENDE REGULAÇÃO MODERNA PARA CARTÃO DE CRÉDITO

jornal DCI 18/06/2010 - Agência Estado
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse ontem que é preciso um "marco regulatório moderno" para o sistema de pagamento com cartões no Brasil. Em discurso transmitido por videoconferência ao seminário internacional sobre cartões de pagamento que aconteceu ontem na sede do BC, no Rio, Meirelles ressaltou que o uso de cartões para pagamento de compras no varejo tem crescido a taxas de três dígitos. "No Brasil, há oportunidades para desenvolvimento do marco regulatório (de cartões), importante para a expansão consistente, confiante e segura do sistema, com aumento da competição e mais transparência na formação de preços", disse ele.

O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, que participa do seminário, destacou que o País vive um momento de transição entre dois ciclos na indústria de cartões de crédito, dos quais o primeiro, que está se encerrando, foi de realização de estudos e entendimento de o que é essa indústria por parte do BC e secretarias de direito econômico vinculadas aos ministérios da Justiça e Fazenda; o segundo, que se inicia a partir de agora, diz respeito aos passos que serão dados para "tornar esse ambiente mais competitivo, com ganhos para o consumidor e para a indústria".

A secretária adjunta da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE), Ana Paula Martinez, disse que a indústria de cartões é inclusive um instrumento de inclusão social e é preocupante, segundo ela, que entre janeiro de 2007 e o fim de 2009 os cartões de crédito tenham sido o principal alvo de reclamações de consumidores.

Às vésperas da era da competição no mercado brasileiro de cartões, publicidade, descontos e prêmios viram as principais armas das redes de credenciamento para conquistar os lojistas.

Cielo e Redecard, que por cerca de 15 anos foram as únicas a operar no País as bandeiras Visa e MasterCard, respectivamente, estão quase dobrando o orçamento de marketing. Somadas, ambas devem gastar com isso cerca de R$ 150 milhões este ano.

Propaganda, no entanto, é apenas parte do esforço para tentar garantir o market share - até há poucos meses, as duas detinham cerca de 90% do mercado - diante da chegada de novos players, fase iniciada em abril com o Santander Brasil, por meio de uma parceria realizada com a empresa GetNet.

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