24 de jul. de 2010

EMPRESAS IMPÕEM CONTRAPARTIDA ÀS LOJAS

jornal Valor Econômico 18/06/2010 – Adriana Cotias
É junto ao comércio de pequeno e médio porte que o Santander tenta marcar terreno no negócio de credenciamento de lojistas para captura de pagamentos com cartão. Para tanto, a instituição colocou na rua seus 3 mil gerentes pessoa jurídica para ofertar o pacote de credenciamento e da batizada "conta integrada", estimulando o comerciante a centralizar nela todo o seu fluxo de cartões, com isenção de tarifa para volumes a partir de R$ 3 mil. O diretor da área de cartões, Cassius Schymura, não abre os números desses primeiros meses de atuação, mas informa que a conversão para a base Santander/GetNet, iniciada em abril, está dentro do cronograma esperado para o plano de ter 10% do mercado até 2012 e cerca de 300 mil estabelecimentos.

Para obter descontos nas taxas por transação capturada, o presidente da Redecard, Roberto Medeiros, diz que há degraus a atingir. Quanto maior o giro capturado pela rede, tanto melhor o benefício. Mas ele garante que não cederá em preço às custas da rentabilidade do negócio e que não haverá oferta de terminais de graça, pois há custos associados ao serviço que não são desprezíveis.

Na retaguarda, os investimentos têm sido direcionados para melhorar a logística e distribuição, a fim de dar uma resposta mais rápida aos lojistas, tanto na instalação quanto na reposição de terminais, além de atender aos planos de ampliar a rede credenciada nos estados do Centro-Oeste e Nordeste e em novos segmentos, como saúde e educação. A central de atendimento também recebeu mais posições.

Medeiros considera que a falha da Redecard em plena véspera de Natal não chegou a atrapalhar a expansão neste novo momento do mercado. "De janeiro para cá, acrescentamos 165 mil clientes à nossa rede; quaisquer serviços que envolvam tecnologia de ponta não têm como ter o compromisso de disponibilidade de 100%, temos 99,995%."

Já o presidente da Cielo, Rômulo Dias, diz que há muita conversa, mas os casos de renegociação de contrato são ainda minoria. "A nossa proposta de valor em resposta à concorrência é, desde ter uma diponibilidade de rede de 100% em datas como Natal, dia das mães e dos namorados, até a parceria estratégica fechada com o HSBC, que poderia uma empresa concorrente do zero." O executivo conta que a negociação de taxas e de aluguel de POS se dá caso a caso, em função de volumes e outros critérios.

Diante do ambiente mais competitivo que se pronuncia ele sabe, porém, que questões operacionais e de relacionamento com o lojista precisam ser aperfeiçoados. O acordo de nível do serviço prestado, que prevê os prazos de resposta para determinados serviços, como manutenção e substituição de POS, já foi recalibrado, sem impor custos extras aos estabelecimentos. Aqueles que precisarem de um atendimento mais ágil terão de contratar esse adicional, porque há implicações logísticas e tecnológicas nesse tipo de prestação de serviços, explica Dias.

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