A Freeddom, processadora de pagamentos do serviço Oi Paggo, está realizando um piloto para criar uma bandeira de pagamentos pelo celular na qual o usuário recebe uma fatura para quitar em cerca de 30 dias após a compra. Chamado de Jeitto, o serviço está em testes no site e nas duas lojas da distribuidora Imigrantes Mercantil Bebidas e Alimentos, ambas localizadas na capital paulista. A ideia por trás do projeto é criar uma marca que possa ser usada por clientes de todas as operadoras de telefonia móvel para pagamentos de compras por meio do celular, um universo de 179 milhões de acessos no Brasil, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
De acordo com o diretor da Freeddom, Osmar Campos, os testes estão sendo realizados com a Claro. "Estamos fazendo o piloto para ajustar procedimentos e identificar a resposta de consumidores e lojistas", diz. A solução também já está conectada às redes da Oi e da Nextel e até junho, quando a fase de projeto chega ao fim, os sistemas de mais uma operadora estarão integrados aos da Freeddom. Campos não quis informar o nome da empresa, por "estar no meio das negociações".
Por hora, a própria Freeddom faz a análise de crédito dos participantes da etapa de testes, seguindo regras de mercado, como exigência de apresentação de documentos e consulta a instituições de proteção ao crédito. Quando o Jeitto for lançado comercialmente, a análise de crédito poderá ser feita por outra empresa ou continuar a cargo da Freeddom, diz o diretor. A intenção é lançar o produto comercialmente até o fim do ano. Antes disso, no entanto, serão realizados novos pilotos no interior de São Paulo e em outros estados.
O executivo não informa o valor investido no projeto, porque, segundo ele, o Jeitto está usando a estrutura já existente na Freeddom. Ele calcula que a maior parte dos recursos teria de ser destinada à operação de processamento de pagamentos, o que a Freeddom já faz para o Oi Paggo. "Não houve investimento isolado", garante.
Para Campos, a principal vantagem do Jeitto é a plataforma ser aberta e funcionar com qualquer operadora. "As outras iniciativas existentes no Brasil foram criadas em terrenos fechados", observa. O presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, avalia que uma solução que funciona com todas as operadoras aumenta a abrangência do serviço, mas o sucesso do Jeitto depende de outros componentes, como, por exemplo, o número de estabelecimentos credenciados. Em fevereiro, a Teleco realizou a 34ª edição da pesquisa Mavam (Monitor Acision de Vas Móvel), segundo a qual apenas 5% dos usuários de celular no Brasil já utilizaram seus aparelhos para fazer pagamentos. "Uma das barreiras é a confiança na transação, semelhante ao que houve com compras com cartão de crédito e na internet", destaca Tude.
Por outro lado, 71% dos entrevistados usariam o telefone como cartão de crédito ou débito. O estudo foi realizado com 750 participantes.
Como funciona
1. Celular substitui o uso de cartão de crédito
Após fazer o cadastro e obter aprovação de crédito junto ao Jeitto, já no caixa, o usuário informa o número de sua linha e recebe um SMS no aparelho com as informações da compra.
2. Compra é concluída mediante digitação de senha no aparelho
É preciso informar uma senha cadastrada previamente para autorizar a transação. Em seguida, o cliente recebe uma mensagem no telefone com a confirmação da compra.
3. Todos os aprelhos no mrcado são compatíveis com a solução
O Jeitto funciona por meio de mensagens de texto (SMS), o que garante compatibilidade com 100% dos aparelhos do mercado. As compras são consolidadas em uma fatura enviada pelo correio.
(jornal Brasil Econômico 13/05/2010 - Fabiana Monte)
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