24 de jul. de 2010

BANCO GERADOR APOSTA NO NORDESTE E BUSCA SÓCIO

jornal Brasil Econômico 22/06/2010 - Ana Paula Ribeiro
A perspectiva de crescimento da atividade econômica acima da média no Nordeste tem feito com que os bancos de menor porte ajustem suas estratégia. Esse é o caso do Banco Gerador, que busca seu espaço ao explorar as operações de menor escala. O modelo de negócio contempla os contratos de crédito consignado com pequenas prefeituras e empresas. Ao todo, já são 260 convênios em pouco mais de um ano de operação. "Vamos procurar um parceiro para alavancar o negócio. Queremos um sócio estratégico que tenha acesso a funding no mercado", afirma o diretor-executivo, Paulo Dalla Macêdo.

De acordo com Macêdo, a instituição foi procurada por alguns fundos de private equity, mas uma conversa mais formal e que possa resultar na sonhada parceria estratégica deve ocorrer apenas no segundo semestre do ano. Até lá, o banco espera já ter colhido algum resultado com uma nova plataforma de negócios envolvendo cartões private label, que aliado às operações de consignado e antecipação de recebíveis a pequenas empresas formam o leque de produtos ofertados. "Temos o modelo que é o sonho de qualquer fundo que queira investir no Norte e Nordeste, diz o diretor-executivo do banco.

Ao buscar as operações que estão fora do radar da maior parte das instituições, o banco já conquistou uma carteira de crédito de R$ 90 milhões. O objetivo é elevá-la para R$ 150 milhões até dezembro e chegar aos R$ 300 milhões no final de 2011. O diferencial para essa expansão, na avaliação do executivo, será o crédito por meio dos private label, fruto de um acordo com quatro distribuidoras de produtos alimentícios da região.

Essas quatro empresas possuem juntas uma carteira de 14 mil estabelecimentos comerciais, em geral localizadas nas pequenas cidades ou periferias dos grandes centros. Os vendedores dessas distribuidoras farão o credenciamento dos estabelecimentos comerciais, enquanto a captura e processamento das compras feitas com cartões será de responsabilidade da DDCred, de Campinas.

O objetivo é fornecer crédito por meio do cartão private label para os consumidores desses mercados, que em muitos casos já possuem o hábito de comprar a prazo, mas sem um instrumento formal de concessão, ou seja, é uma simples compra fiada. "Vender por meio da caderneta mata o capital de giro do comerciante", explica Macêdo, apontando que esse será um argumento para atrair os lojistas.

Para o melhor atendimento a esse novo público, o Gerador irá solicitar ao Banco Central uma autorização para atuar como banco comercial (hoje é um banco de crédito e de investi¬mentos). Dessa forma, poderá disponibilizar contas correntes para os depositados das compras feitas com cartão.

O executivo defende que estar próximo aos clientes facilita o processo de gestão da operação, tornando-o mais ágil que os concorrentes. O objetivo do banco é trabalhar apenas com operações de crédito que não necessitem de uma rede de distribuição, reduzindo o custo operacional-. "Temos de ser complementares a um grande banco, pegando os convênios que não interessem a eles."

Para sustentar o crescimento enquanto o sócio estratégico não vem, o banco capta recursos no mercado interno, com as emissões de DPGEs, CDBs e operações no mercado interbancário.

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