jornal Valor Econômico 18/06/2008 - Stela Campos
O Santander está lançando este mês um programa de treinamento para colocar nos "trilhos" os 13 mil funcionários de suas agências no país. Focado em gestão, negócios e atendimento, a idéia é criar uma perspectiva de carreira para quem está na linha de frente e com isso melhorar o seu desempenho.
O programa intitulado "Trilha de Formação" é fruto de dois anos de pesquisas internas. "Queremos estabelecer uma cultura de auto-desenvolvimento para quem quer dar um 'up grade' na carreira ", explica Rodrigo Fernandes, superintendente de recursos humanos do Santander.
Foram desenhados os perfis de 19 cargos, sendo 12 para a área comercial e 7 para a de atendimento. A partir daí, foram estabelecidos os conhecimentos e cursos necessários para o funcionário exercer determinada função. "A pessoa deverá percorrer a trilha estabelecida para o cargo que ocupa e, depois de completa-la, poderá começar os cursos necessários para subir um posto acima do seu", explica Fernandes. "É possível assim ir se preparando para avançar algumas casas. E, na hora de desempatar uma promoção, a pessoa que fez isso terá alguma vantagem."
Mas passar de uma etapa para outra não é uma tarefa tão simples. O funcionário precisará realizar uma prova e obter um índice de aproveitamento de 70%, no mínimo, para obter o certificado de conclusão do curso. Ele poderá realizar apenas três tentativas para atingir esse percentual. O número de cursos e a carga horária variam de acordo com a função, podendo ficar entre 45 e 286 horas. "A trilha de um gerente-geral, por exemplo, possui 32 cursos", explica o superintendente.
O acompanhamento da evolução da "trilha" do funcionário é feita por ele mesmo e pelo gestor através de um sistema de gerenciamento instalado na intranet do banco. Não existe um tempo mínimo para cumpri-la. "Isso dependerá do empenho de cada um ", diz Fernandes.
O banco resgatará o histórico dos últimos dez anos de treinamento dos funcionários para que muitos não precisem repetir cursos realizados anteriormente. As aulas da "trilha" podem ser feitas de forma presencial ou à distância (on-line). Dos 90 cursos disponíveis na intranet da instituição, 75 serão utilizados no programa. "As pessoas que não podem se ausentar por muito tempo de suas funções terão uma trilha com uma carga maior de aulas virtuais", explica Fernandes. Os 3,5 mil caixas das agências são um exemplo.
Os temas abordados nas trilhas incluem aspectos técnicos, comportamentais e institucionais. "Vamos tratar de gestão de pessoas, riscos e consistência operacional, negócios, ferramentas e sistemas", diz Fernandes. O método de certificação do conhecimento implantado no Brasil dentro do programa deve servir de modelo para outros países onde o banco, de origem espanhola, opera.
Atualmente, o Santander capacita e qualifica os funcionários em um centro de formação e desenvolvimento, criado há três anos. Nele, são oferecidos 120 cursos presenciais e à distância. São três salas de aula em São Paulo e a expectativa é abrir outras duas em Porto Alegre e no Rio de Janeiro este ano. Em 2007, o banco treinou 24 mil funcionários e estagiários, com uma média de 61 horas por pessoa.
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