15 de jun. de 2008

COMPANHIAS FAZEM TESTES NO MERCADO BRASILEIRO

jornal Valor Econômico 11/06/2008 - Tainã Bispo e Talita Moreira


Aos poucos, as empresas interessadas em explorar o celular como meio de pagamento começam a testar modelos de negócios. Ronaldo Varela, vice-presidente de marketing e produtos da Redecard, diz que as oportunidades são enormes. "Em 2007, o consumo da família brasileira somou R$ 780 bilhões e 83% dessas transações foram feitas em dinheiro, cheque ou boleto bancário", diz.

Desde meados do ano passado, a empresa desenvolve um projeto com as vendedoras porta-a-porta da fabricante de cosméticos Natura. Hoje, cerca de 400 delas têm aplicativos em celulares das operadoras TIM, Claro e Vivo que possibilitam esse tipo de transação comercial. No verão deste ano, a Redecard realizou um teste com 250 vendedores dos sorvetes Kibon no litoral de São Paulo. "Estamos trabalhando numa nova versão para 2009, que incluirá também a opção do débito", diz.

Entre as operadoras de telefonia, a Oi (ex-Telemar) foi a única a lançar um projeto amplo na área. O serviço Oi Paggo tem 1 milhão de clientes cadastrados e 35 mil estabelecimentos comerciais registrados, segundo a assessoria de comunicação da companhia. No fim do ano passado, a Oi desembolsou R$ 75 milhões para adquirir a Paggo, empresa que desenvolveu o produto.

Os bancos também ensaiam os primeiros passos. O Banco Real fez testes em 2007 e prepara sua estréia para o segundo semestre.

A Spring Wireless, companhia que desenvolve tecnologias móveis para o mercado empresarial, está atendendo seis clientes, cujos nomes não são revelados, que preparam o lançamento de sistemas de acesso à internet e de pagamento via celular. "Esse negócio está prestes a virar realidade", diz o presidente da Spring, Marcelo Condé. O executivo menciona uma pesquisa do instituto Gartner, segundo a qual os pagamentos via celular passarão de US$ 60 milhões para US$ 12 bilhões na América Latina, até 2011. "As coisas estão só comentando", diz.

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