13 de jun. de 2008

FNAC E PONTO FRIO VENDEM SEGURO PARA ELETRÔNICOS

jornal Valor Econômico 10/06/2008 - Claudia Facchini

A seguradora inglesa RSA, um dos maiores grupos do setor no mundo, começou a vender no Brasil um produto à primeira vista arriscado para um país emergente, onde as chances de uma pessoa ser assaltada não são nada pequenas. A empresa começará neste mês a fornecer seguro contra roubo e furto de aparelhos eletrônicos portáteis, como iPods e outras marcas de MP3 e MP4, câmeras fotográficas, aparelhos celulares, notebooks e até GPS.

Duas varejistas de eletroeletrônicos já fecharam acordo com a RSA e passarão a ter o seguro em suas prateleiras nos próximos dias. A rede francesa Fnac começa hoje a ofertar o produto em suas sete lojas no país e o Ponto Frio, que possui 437 unidades, iniciará a comercialização do seguro na semana que vem.

Cada vez mais as seguradoras estão recorrendo ao varejo para distribuir apólices, como garantia estendida e seguro de vida. Para as varejistas, esse novo negócio também transformou-se em uma atraente fonte de lucros, assim como os produtos financeiros. A seguradora espanhola Mapfre, pro exemplo, firmou uma parceria com o francês Carrefour, enquanto a seguradora francesa Cardif constituiu um joint venture com Magazine Luiza, chamada LuizaSeg.

Segundo Benjamin Dubost, diretor comercial da Fnac no Brasil, a demanda por aparelhos portáteis será cada vez maior. A portabilidade, por exemplo, é um dos principais atributos do padrão tecnológico de TV digital escolhido pelo Brasil. O padrão japonês permite que o usuário assista andando à TV no celular ou notebook e não mais apenas em um televisor imóvel.

Um dos maiores problemas dos iPods, notebooks e celulares é que eles também são objetos altamente desejados pelos assaltantes, bem como um alvo fácil. Como o consumidor pode parcelar os pagamentos em 10 ou 12 vezes, não são os raros os casos em que ele é obrigado a continuar pagando por um produto que "mudou de mãos".

A Fnac já vende seguro contra furto e roubo para aparelhos portáteis na França, Portugal, Bélgica e Espanha. No entanto, essa será a primeira vez que a varejista irá oferecer o produto em um país emergente e onde os índices de violência são bem mais preocupantes. "Roubo existe em todo lugar. Seja aqui ou na Europa", afirma Benjamin Dubost, que não considera o Brasil um lugar especialmente pior do que outros mercados.

O preço do seguro, que varia conforme o risco, pode ficar entre 15% e 30% do valor do item segurado. O celulares mais sofisticados têm o seguro mais caro: 30%. O iPod está em uma faixa intermediária, de 25%, enquanto os notebooks possuem a taxa mais barata de seguro, de 15%.

O seguro será válido por 12 meses. Depois desse prazo, o serviço não compensa porque os preços dos aparelhos apresentam uma forte queda e o consumidor perde o interesse pelo produto. Para evitar fraudes, o consumidor só poderá recorrer ao seguro com um Boletim de Ocorrência (B.O.) em mãos, comprovando tratar-se de roubo ou furto qualificados.

As varejistas de aparelhos eletrônicos passaram a investir em serviços de pós-venda que, além de oferecer retorno financeiro, também permitem a diferenciação, algo que já não transparece mais nos preços. Nesse setor, os valores cobrados são praticamente iguais em todas as lojas, sobretudo na internet.

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