portal Partner Report 19/06/2008 - release Fundamento Comunicação Empresarial
A MasterCard Worldwide acaba de divulgar os resultados do estudo Mercado de Crédito Popular nas Sete Principais Cidades da América Latina, realizado em conjunto com a Universidade de Loughborough, do Reino Unido, que analisa o acesso ao crédito e os hábitos de consumo do segmento de baixa renda em Bogotá, Buenos Aires, Caracas, Cidade do México, São Paulo, Rio de Janeiro e Santiago.
A pesquisa foi conduzida pelos acadêmicos Peter Taylor, Ed Brown e Jon Cloke e teve como principais objetivos avaliar o crescimento da taxa de urbanização nessas cidades e sua correlação com aumento da população de baixa renda e o avanço dos serviços financeiros focados nesse público. Além de estimar o poder de compra deste segmento e as mudanças em seus hábitos de consumo.
Vivemos um momento histórico interessante na América Latina. A maior estabilidade econômica e política que essa região vem experimentando aumentou o poder de compra das classes D e E, colocando-as em uma posição de destaque na economia desses países, afirma Jon Cloke.
Uma das principais conclusões do estudo patrocinado pela MasterCard é que o acesso do segmento de baixa renda ao crédito e a outros tipos de serviços financeiros é vital, não apenas como facilitador da compra de bens de consumo, mas principalmente para a viabilidade econômica dessas regiões.
Com este estudo, temos uma visão mais clara de como o acesso ao crédito no segmento de baixa renda é fundamental para incentivar o crescimento da economia nos países em desenvolvimento, seja por meio do crédito pessoal ou do crédito corporativo, este úlitmo focado principalmente nas pequenas e médias empresas, afirma Max Chion, vice-presidente sênior de Produtos da MasterCard para a América Latina e Caribe.
Com os dados que levantamos nesse estudo, entendemos que a melhoria do acesso da baixa renda aos serviços financeiros é indispensável para reduzir a pobreza nestas localidades, explica Cloke.
O contraste entre as várias cidades também é retratado pelo estudo. Um exemplo disso são os baixos níveis de bancarização em capitais como a Cidade do México, onde apenas 50% da população tem acesso a serviços financeiros básicos e, em 74% das cidades onde está concentrada 22% da população, não existem agências bancárias.
Já no Brasil, a realidade é bem diferente: por aqui, o que se vê é um crescimento contínuo da oferta de cartões de crédito, que passaram de 35 milhões em 2001 para 93 milhões em 2007, um aumento de 165%. Este crescimento se deve à estabilidade econômica que o país vive desde a década de 90, com a chegada do Real e o controle da inflação, explica Jon Cloke.
Confira os principais destaques da pesquisa em cada uma das cidades estudadas:
Rio de Janeiro
1,7 mil pessoas no Rio são empregadas por 870 mil micro e pequenas empresas;
Entre o lançamento do Plano Real, em 1994, até 2002, houve um rápido crescimento do poder de compra da população de baixa renda. A partir de 2007, porém, despesas domésticas e com alimentos ainda representavam 32% da média dos gastos no Rio;
O Brasil experimentou um aumento maciço na disponibilidade de cartões de crédito nos últimos anos, aumentando de 35,4 milhões em 2001 (1 cartão para cada 4,9 habitantes), para 93 milhões em 2007 (1 cartão para cada 2 habitantes), um aumento de 165%.
No Rio de Janeiro, 45% das micro, pequenas e médias empresas não têm conta corrente, e 21% não fazem qualquer transação financeira utilizando o sistema bancário formal.
O número de pessoas que vivem nos morros do Rio de Janeiro está crescendo a uma taxa anual de cerca de 7,5%, em contrapartida ao crescimento da população urbana da cidade, que apresenta uma taxa de crescimento de apenas 2,5% ao ano;
São Paulo
São Paulo está passando por uma migração da população das áreas centrais para a periferia. Desde 1990, o número de pessoas que vivem na periferia aumentou de 19% para 30% em 2000;
A partir de 2007, despesas domésticas e com alimentos continuam a representar 30% da média de gastos domésticos em São Paulo;
3,4 mil pessoas estão empregadas por mais de 2,6 milhões micro e pequenas empresas;
O acesso ao micro-crédito vem crescendo, apesar de ainda ser baixo. Em 2007, apenas 6% dos pequenos e médios negócios usaram o micro-financiamentos. Além disso, 49% deste tipo de empresas não têm conta-corrente e 11% não fazem transações financeiras usando as vias formais.
Bogotá
Em 2020, Bogotá será a 26ª cidade mais populosa do mundo;
Após o Chile e o Brasil, a Colômbia é o país que concede mais crédito ao setor privado na América Latina;
Em termos de utilização dos serviços bancários, só 29,2% da população colombiana tem acesso a pelo menos um produto financeiro (conta corrente, conta poupança, cartão de crédito ou débito etc.);
O uso de serviços bancários foi incrementado nos últimos anos, devido a um aumento da confiança dos consumidores do país em seu sistema bancário;
A utilização de cartões de crédito também cresceu, especialmente no segmento baixa renda.
Buenos Aires
Depois do Serviço Público, as pequenas e médias empresas e aquelas do segmento informal são as principais fontes de emprego na Argentina;
A penetração de micro-créditos na Argentina é muito baixa;
Apesar de ser um país com uma elevada carga fiscal, como o Chile e o Brasil, a Argentina sofreu uma redução no uso de serviços bancários, alcançando níveis comparáveis aos de países economicamente subdesenvolvidos;
A economia informal é vital para a sobrevivência do segmento de baixa renda da população na Argentina;
A maioria dos segmentos mais baixos da população não têm acesso a serviços financeiros.
Caracas
A Venezuela possui um dos mais altos níveis de urbanização do mundo, com 90% da população vivendo em zonas urbanas ou áreas metropolitanas;
Devido às riquezas geradas pelo petróleo e à liderança de Caracas entre as cidades da Venezuela, os empregos para a população são distribuídos de maneira desigual com um setor de serviços financeiros crescente e moderno de um lado e a rápida expansão do setor informal com salários baixos do outro;
A população da grande Caracas está entre as mais pobres em comparação com as demais cidades do estudo: 87% da população têm condições de custear somente a cesta básica alimentar;
Em geral, o uso de cartões de crédito é muito baixo. Além da falta de produtos financeiros adequados para atender a demanda da população, o país também não tem sistema de liquidação interbancária em nível nacional.
Cidade do México
O estudo prevê que a Cidade do México perderá a 2ª posição no ranking mundial de cidade mais populosa do mundo em 2020, tornando-se a 5ª mais populosa. Além disso, o México está experimentando um crescimento nas populações que vivem em zonas periféricas e rurais;
Em 2003, 75% da população do México com mais de 18 anos de idade não tinha acesso a serviços financeiros básicos. Em 2005, este percentual caiu para 50%;
Em 74% das cidades mexicanas, onde estão concentradas 22% da população total do país, não existem agências bancárias;
Estimativas de 2002 revelam que apenas 48% da população tinha utilizado um serviço financeiro e apenas 15,2% tinha uma conta corrente;
O mercado de baixa renda mexicano é composto atualmente entre 12 e 40 milhões de pessoas, dependendo de como são classificadas as classes D e E.
Santiago
O nível de negócios de crédito no Chile é o maior da América Latina (em comparação com o PIB do país), alcançando números nos mesmos níveis de países desenvolvidos. Na última década, o acesso ao crédito por micro, pequenas e médias empresas teve um forte crescimento;
O mercado de baixa renda deverá crescer a uma taxa anual de 1% até 2020. A utilização do crédito por este segmento no Chile é semelhante à Europa e aos Estados Unidos, sendo mais diversificada do que apenas como ferramenta de compra;
Cartões de crédito e de débito são utilizados por todos os segmentos populacionais no Chile. No entanto, os cartões de crédito estão concentrados no segmento de alta renda. Em 2005, o número de cartões de crédito e débito totalizaram 3,8 milhões e 5,6 milhões respectivamente. O número de cartões de varejo (marca própria) ultrapassou os cartões de crédito, incluindo número de transações e valor total negociado. O segmento de varejo representa 15% do mercado de crédito.
Sobre os pesquisadores:
Professor Peter Taylor, expert em cidades globais;
Dr. Ed Brown, expert em América Latina;
Dr. Jon Cloke; possui doutorado focado em micro-crédito;
O time de pesquisadores lidera a Rede de Pesquisas sobre Globalização e Cidades Mundiais (Globalization and World Cities Research Network, GaWC), que é baseada no Departamento de Geografia da Universidade de Loughborough, no Reino Unido. Os pesquisadores também são membros do Painel MasterCard do Conhecimento, que reúne especialistas em economia, desenvolvimento urbano e ciências sociais ao redor do mundo.
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