jornal Diário do Nordeste (CE) 12/06/2008 - Marcelo Raulino
O Ceará é o segundo estado do Nordeste e o quinto do País em faturamento e número de cartões no País. São 5,93 milhões de cartões com faturamento de R$ 5,4 bilhões neste primeiro semestre. Somente para junho, a projeção é de faturamento de R$ 957 milhões. Sobre o mesmo período de 2007, houve acréscimo de 24,8% no faturamento e 17% em números de cartões.
O Ceará possui 6% do número de plásticos do País e 21,2% do Nordeste. Foram 72,6 milhões transações realizadas no Estado este ano. Para junho, são esperadas 12,8 milhões de transações ou 21% a mais que junho de 2007 — o que representa 5% do total nacional e 24,7% do regional. A Bahia está em primeiro lugar na região com 7,6 milhões de cartões e faturamento de R$6,5 bilhões.
São Paulo, com 24,9% dos cartões e 30% do faturamento e das transações no País, é o líder do ranking. Os dados foram apresentados em coletiva, ontem, pelo diretor de Marketing de Cartões do Banco Itaú, Fernando Chacon.
A previsão de faturamento nacional do ano é de R$ 223 bilhões, um acumulado de 22% com relação ao ano passado. Apenas no primeiro semestre, o mercado de cartões de crédito deve atingir a marca histórica de R$ 101,6 bilhões em faturamento. Esse volume é superior ao total registrado durante os 12 meses de 2004.
De acordo com o diretor de Marketing de Cartões do Banco Itaú, Fernando Chacon, esse crescimento está no fortalecimento da chamada baixa renda, que para o Banco são aquelas pessoas com renda mensal de até R$ 1.499. O crescimento do chamado dinheiro de plástico tem sido de cerca de 1 milhão de novos cartões por mês nos últimos sete meses. Hoje são 99,7 milhões de cartões no País e a previsão é que até o fim deste mês o número ultrapasse os 100 milhões de cartões.
Baixa renda
O estudo inédito desenvolvido pelo Itaucard, ´O Cartão de Crédito e a Baixa Renda´, realizado em março de 2007, ouviu 64 famílias em cada uma das dez cidades brasileiras pesquisadas. No Ceará, Fortaleza e Juazeiro do Norte participaram da pesquisa. Um diferencial do perfil é que famílias com renda mensal de R$ 199 a 1.499 utilizam o cartão principalmente para compra de vestuário e alimentação.
Essas pessoas são atraídas pelo cartão por ele oferecer a possibilidade de realizar compras em ofertas e promoções e parcelar sem juros bens duráveis de maior valor, como TV e microondas. ´Os pesquisadores acompanharam as famílias, nas compras, armazenamento e em seu dia-a-dia nesse estudo qualitativo,´ disse Chacon. Em termos percentuais o consumidor de baixa renda utiliza o cartão também para compras emergenciais (5%), varejo (13%), postos de gasolina (11,3%), eletrônicos, construção e imóveis (10,7%) e em menor proporção serviços médicos e gerais (4 a 0,9%).
Parcelamento
Sobre o parcelamento das dívidas, devido o não pagamento da dívida total, Chacon observa que esse total deve chegar a 20% das faturas no País. ´Quando percebemos que o consumidor vai entrar na rotatividade da dívida, realizamos um acordo para parcelamento de 10 a 18 vezes, fica uma parcela menor e ele pode voltar a fazer suas compras´.
O faturamento dos cartões para o consumidor de baixa renda já representa 47,8% do total do mercado. O ticket médio é de R$ 40 para compras à vista e R$ 180 a prazo. Já para as demais rendas, a média nas compras chega a R$ 74 e R$ 340, respectivamente. Com relação ao parcelamento, o consumidor de baixa renda realiza 55% das suas compras parceladas e 45% a vista. Já o de alta renda (superior a R$ 2.500) realiza 42% das compras parceladas e 55% a vista.
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