4 de abr. de 2012

ROTHSCHILD FARÁ LAUDO PARA OFERTA DA REDECARD


jornal Valor Econômico 01/03/2012 - Natalia Viri e Aline Lima

O Rothschild & Sons foi o banco escolhido pelos acionistas da Redecard para elaborar o laudo de avaliação do preço da ação da empresa de cartões, a ser feito com base em seu valor econômico. O documento servirá de referência para a oferta pública de aquisição (OPA) de ações para o fechamento de capital da credenciadora.

Fontes que compareceram ontem à assembleia disseram que a escolha ocorreu sem percalços e sem manifestações oficiais por parte dos acionistas presentes. Um grande número de investidores se absteve do voto e, dentre os votantes, o nome do Rothschild foi aprovado com ampla maioria.

As outras duas instituições financeiras concorrentes, recomendadas pelo conselho de administração da Redecard, eram o Credit Suisse e o Bank of America Merrill Lynch (BofA). Ambos têm uma cobertura sistemática das ações da Redecard, sendo o preço-alvo definido pelo BofA para os próximos 12 meses de R$ 34,5 por ação, e o do Credit Suisse, de R$ 35. O Itaú Unibanco, controlador da Redecard, propôs o pagamento máximo de R$ 35 por ação para fechar o capital da credenciadora.

Os acionistas ouvidos pelo Valor se dividiram em relação à aprovação. A maioria preferiu a escolha do Rothschild, uma vez que a avaliação das divisões de análise das outras duas instituições apontam preço próximo ao oferecido pelo controlador.

O Rothschild promete também ser mais rápido na entrega do laudo de avaliação. No edital de convocação, o prazo proposto pelo Rothschild para apresentar a primeira minuta do laudo é de duas semanas, ao passo que o BofA pedia 20 dias corridos e o Credit, 30 dias. Entre as três propostas, não havia diferença quanto ao preço a ser cobrado pela elaboração do laudo. Todos os bancos exigiram R$ 2 milhões pela prestação do serviço.

Após a divulgação do laudo de avaliação, a discussão em relação ao preço a ser oferecido pelo fechamento de capital da Redecard deve ganhar contornos mais tensos. A maioria dos analistas de mercado aprovou o valor oferecido pelo Itaú e recomendou adesão à oferta. Mas, entre os investidores, há quem acredite que o preço justo dos papéis possa girar em torno dos R$ 50.

A percepção do mercado, por ora, é de que a oferta do Itaú não chegará a esse preço. No entanto, cresce o coro dos investidores que acreditam que o controlador possa oferecer um prêmio sobre os R$ 35 inicialmente propostos para levar adiante o fechamento de capital da subsidiária. "Não me surpreenderia se a oferta chegar nos R$ 40", afirmou o gestor de um fundo com grande posição em Redecard.

Para fechar o capital da empresa, o Itaú precisa que acionistas representantes de pelo menos dois terços das ações em circulação aceitem o preço e vendam seus papéis. Se minoritários representantes de pelo menos 10% dos papéis em circulação da companhia não concordarem com o laudo elaborado pelo Rothschild, podem convocar uma assembleia de acionistas para deliberar sobre a elaboração de uma nova avaliação.

Na ata da assembleia divulgada pela Redecard, a empresa não informou o percentual de acionistas que compareceram à reunião. O Valor apurou que investidores representantes de cerca de 80% das ações em circulação estavam presentes. O percentual mínimo exigido pela regulação do Novo Mercado é de 20%. (Colaborou Ana Paula Ragazzi)

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