jornal Valor Econômico 27/02/2012 - Aline Lima
Financeiras como Credifibra e Dacasa, que apresentaram forte
avanço das despesas administrativas ao longo de 2011, atribuem o aumento de
gastos, principalmente, a investimentos em expansão das atividades. As despesas
administrativas da Credifibra, braço de varejo do Banco Fibra, do grupo
Vicunha, deram um salto de 150% de janeiro a setembro de 2011 ante igual
período de 2010, totalizando R$ 130,62 milhões. Márcio Ronconi, vice-presidente
de varejo do Fibra, argumenta que o acréscimo, na verdade, teria sido de apenas
32% - o que daria algo em torno de R$ 17 milhões a mais em relação às despesas
de 2010.
Segundo o executivo, é preciso considerar o balanço
consolidado do grupo, já que muitas despesas foram realocadas do banco para a
financeira. Além disso, a incorporação da promotora Sofcred, comprada do Sofisa
em março de 2010, e da processadora de cartões Validata, adquirida seis meses
depois, exigiram da Credifibra investimentos volumosos.
"As despesas com essas incorporações passaram a ser
registradas a partir do segundo semestre de 2010, por isso a comparação com
2011 fica prejudicada", explica. Mas boa parte das despesas
extraordinárias com essas incorporações - R$ 57 milhões - já havia sido
registrada no segundo semestre de 2010 no balanço do Fibra e não está claro
quanto sobrou para 2011. As oportunidades de ganho de escala, diz Ronconi,
deverão ficar claras no balanço de 2012.
A capixaba Dacasa, que nasceu dentro do grupo de varejo
Dadalto, também está investindo para expandir o negócio. O diretor Leonardo
Dadalto informou que foram empregados, em 2011, cerca de R$ 5 milhões para
expandir as operações nos Estados de Minas Gerais e Bahia, além de terem sido
reforçados os sistemas de prevenção a fraudes. As despesas administrativas da
Dacasa entre janeiro e setembro de 2011 foram de R$ 67,409 milhões, alta de 50%
contra igual período de 2010. Em 2011, até setembro, a financeira registrava um
prejuízo de R$ 4,2 milhões. Pesaram, segundo Dadalto, despesas operacionais de
R$ 49,8 milhões no terceiro trimestre, relativas basicamente a provisões para
causas trabalhistas. "Vamos terminar 2011 no positivo."
Na Portocred, que em setembro estava com o patrimônio
negativo, as despesas administrativas de janeiro a setembro de 2011 atingiram
R$ 35,84 milhões, alta de 114% ante igual período de 2010. O diretor Tomaz
Hinrichsen diz que, agora, após um aporte de capital e troca de controle, a
estrutura está pronta para aumentar a produção. A estimativa de concessão
mensal de crédito para o fim de 2012 é de R$ 14 milhões, ante R$ 10 milhões em
dezembro de 2011.
A venda da financeira para a GAPX Holding, segundo
Hinrichsen, foi um processo que se arrastou desde 2009, quando o negócio foi
afetado pela crise. "Não houve injeção de capital nesse período e os
prejuízos se acumularam."
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