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Folha de S. Paulo 05/03/2012 – Roberto Dias
A ironia da
história dos pagamentos moveis é que os países ricos passarão por uma mudança
cultural já presente em muitos lugares pobres.
Enxergar o
celular como uma carteira é uma realidade na África. O salto aconteceu porque
era mais fácil expandir os meios de pagamento numa base já instalada (os
celulares) do que investir em outra (um sistema bancário).
Na falta óbvia
do NFC, a tecnologia que impulsionou os celulares africanos foi o velho e bom
SMS, ainda que de forma criptografada e algumas vezes "disfarçado" em
telas mais amigáveis.
"Quando
existe uma falta muito grande de infraestrutura, as novas tecnologias acabam
avançando muito mais rapidamente", diz Khalid Fellatti, da Western Union.
Códigos simples
indicam as ordens bancárias, como depósitos e transferências.
O esquema
permite, por exemplo, que as pessoas não guardem dinheiro em casa nem tenham
que vencer longas distâncias até os bancos.
O país onde esse
tipo de serviço mais se desenvolveu é o Quênia, com mais de 20 milhões de
correntistas móveis. Mas espera-se que a Nigéria assuma logo mais a primeira
posição.
O boom de
carteiras na África criou vários casos de sucesso empresarial, como a M-Pesa,
companhia que domina o serviço no Quênia, da MTN, que fez o mesmo em Uganda, e
a sul-africana Fundamo, que acabou comprada pela Visa.
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