portal iG 06/09/2011 - Ilton Caldeira
O otimismo das famílias brasileiras com relação à situação socioeconômica do País cresceu em agosto para o maior patamar dos últimos cinco meses. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Índice de Expectativa das Famílias (IEF) fechou o mês em 65,2 pontos, o melhor resultado desde os 65,3 pontos registrados pelo indicador em março.
Apesar dos recentes sinais de recuo na economia e do avanço da inflação, as famílias brasileiras ainda demonstram otimismo com relação ao desempenho do País, seja para o período de um ano, seja para o período mais extenso, que atinge até cinco anos, segundo o levantamento do Ipea.
O índice foi apurado através de pesquisa domiciliar realizada em 3.810 domicílios em mais de 200 municípios, em todas os 27 Estados do País.
A região Centro-Oeste voltou a apresentar maior pontuação otimista das famílias em agosto (73 pontos), seguida das regiões Nordeste, que apresentou o maior crescimento do otimismo (de 61,6 pontos para 67,1), e Sudeste (64,2). Destoando das outras regiões, o Sul foi a única em que o índice se enquadrou como moderado otimismo (59,6 pontos).
Na escala de pontuação do IEF, entre 60 e 80 pontos a avaliação é otimista, enquanto de 40 a 60 a situação é de moderação.
Índice de Expectativa das Famílias
Resultado em agosto é o melhor em cinco meses
O levantamento referente a agosto revela ainda que a situação atual continua sendo percebida como melhor na comparação com a do ano anterior.
Como nos meses anteriores, as informações coletadas reafirmam que não são as categorias de menor renda ou instrução as mais otimistas. Os números mais otimistas estão na faixa de renda entre 4 e 5 salários mínimos e instrução superior incompleta.
Outro dado importante é referente à expectativa dos brasileiros para consumir. As respostas compiladas pelo Ipea indicam que o momento é tido como bom para a compra de bens duráveis por 56,8% do entrevistados. Esse resultado, segundo o Ipea, explica, em parte, os índices de elevação do consumo e aponta para a sustentabilidade do impulso de crescimento da economia no curto prazo.
Enquanto, no Sul e Norte, 58,4% e 56% respectivamente, consideram o momento ruim para o consumo de bens duráveis, enquanto no Nordeste quase 70% responderam ser um bom momento para o consumo, aponta o Ipea.
Os dados de agosto também confirmam os cenários verificados em meses anteriores e indicam que apesar das elevadas taxas de juros ao consumidor pratricadas no País, o risco de alta nas taxas de inadimplência permanecem em níveis moderados.
De acordo com a percepção das famílias, segundo o Ipea, cerca de 73% acreditam estar pouco endividadas ou não possuir dívidas e quase 93% dizem que não possuem a intenção de contrair financiamentos ou empréstimos nos próximos meses. "Um indicador preocupante é que, entre aqueles com contas atrasadas, quase 38% acreditam que não conseguirão saldar seus compromissos", afirma o Ipea, com base nos dados do IEF de agosto.
Com relação ao mercado de trabalho, o cenário permanece positivo, com expectativa otimista pela manutenção da ocupação por parte do responsável pelo domicílio e dos outros membros do mesmo núcleo que exercem alguma atividade remunerada.
O sentimento de segurança na ocupação, de acordo com o Ipea, atinge cerca de 80% dos chefes de família. Além disso, 42% das famílias esperam melhorias no trabalho do responsável pelos domicílios nos próximos seis meses.
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