revista Isto É Dinheiro 14/09/2011 - Carlos Eduardo Valim
A família do empresário paulista Nelson Martins, dona da empresa de vale-refeição e de transporte VB, viu uma oportunidade quando foi criado, em 2004, o sistema de bilhete único para o transporte público de ônibus na cidade de São Paulo. No mesmo ano, fundou a Ponto Certo, uma rede de recargas dos tíquetes eletrônicos. Em sete anos, a empresa conta com 15 mil pontos e deve movimentar R$ 1,6 bilhão em pagamentos de transporte e em recargas de celulares pré-pagos. Esse volume deve gerar um faturamento de quase R$ 100 milhões à companhia, que fica com até 6% do valor de cada transação em cofres, como é praxe no setor. “Somos uma empresa atleta: magros e de alto desempenho”, diz Alexandre Martins, primogênito do fundador e presidente da Ponto Certo, que emprega 250 funcionários.
Pedindo passagem: os primos empresários André (à esq.) e Alexandre Martins negociam
a expansão da rede do Bilhete Único, que atinge 15 mil pontos
Nesse período, a empresa não atuou exclusivamente no transporte público. A Ponto Certo apostou em outras atividades para diversificar a fonte de receitas, como a recarga de celulares pré-pagos e a operação como correspondente bancário do Bradesco e do Banco do Brasil. “Nos tornamos uma empresa de nicho, voltada para as classes C, D e E”, afirma André Martins, primo de Alexandre, vice-presidente da Ponto Certo e presidente da VB. Trata-se de um segmento de baixas margens e altos volumes. “Pulverizar os pontos de atendimento pelas cidades tem um custo elevado”, diz Otávio Vieira da Cunha, presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos. Para reduzir custos à medida que amplia a sua capilaridade, a Ponto Certo investiu em novas atividades e tecnologias.
Os próximos passos da Ponto Certo incluem a expansão para outras cidades. Alexandre negocia com empresas que controlam o sistema de bilhetagem eletrônica de Fortaleza, Belém e Curitiba. Além disso, a companhia estuda a entrada em novos mercados. A mais recente das empreitadas tem relação com máquinas de autoatendimento em restaurantes e redes de fast-food. Um projeto-piloto começou a ser executado no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, para testar um terminal em que o próprio cliente escolhe e paga pelo pedido. Depois, só precisa se dirigir ao balcão para retirar a comida. O sistema também pode automaticamente selecionar uma mesa para o cliente se sentar. Desde a instalação da máquina, o Le Grand Café viu as vendas por meio de cartões de pagamento subirem 30%.
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