18 de set. de 2011

COMPRA PARA TERCEIROS REPRESENTA DOIS EM CADA DEZ ‘CALOTES’ NO VAREJO

portal d24am 10/09/2011 - Bruno Tadeu

Das 3,3 mil pessoas físicas inadimplentes no comércio varejista de Manaus, aproximadamente, 20% estão nessa condição porque usaram o cartão de crédito para comprar um bem destinado a familiares ou amigos e não foram ressarcidos pela ‘ajuda’, aponta pesquisa da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus).

O presidente da entidade Ralph Assayag explica que isso ocorre pelo fato de que quando a pessoa solicita o cartão emprestado de outra é porque já está inadimplente. “Geralmente, a pessoa que pede o nome emprestado não paga mais a sua dívida a partir de determinada parcela e acontece uma briga. Então, é melhor brigar antes, se negando a emprestar o cartão e continuar com o nome ‘limpo’”, aconselhou.

Em agosto, o calote no comércio recuou 0,1 ponto percentual em relação a julho, quando o cenário da inadimplência foi de 3,6%.

Ralph acredita que a inclusão dos nomes dos devedores no SPC em um prazo inferior a 90 dias, medida tomada pelo setor há dois meses, possa ter motivado essa redução.

Perfil

De acordo com os estudos da CDL-Manaus, os consumidores com idades entre 30 e 39 anos e do sexo feminino são os mais inadimplentes no comércio.

“Nessa faixa de idade, geralmente a pessoa é casada e tem filhos, ou seja, o custo de vida aumenta. Quando ocorre algum imprevisto, as contas são deixadas de lado porque perdem a prioridade”, explicou Assayag.

Outra preocupação dos lojistas é com a inadimplência dos dos consumidores da terceira idade. “Muitos fazem empréstimos, que normalmente nem são para eles. Isso ‘aperta’ nas demais dívidas”, apontou.

Crédito Facilitado

No início dessa semana, o vice-presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CDNL), Vitor Augusto, declarou que o lojista também tem parcela de culpa pelo aumento da inadimplência, porque “às vezes ele se entusiasma demais para fazer a venda a prazo”.

Ralph Assayag justifica que todo empreendimento possui metas de vendas, o que em algumas ocasiões obriga o comerciante a propor vantagens em excesso para os consumidores. “O comerciante percebe que o cliente está inadimplente e resolve aumentar o prazo para que ele quite a dívida. Isso costuma gerar uma acomodação do cliente”, explicou.

O presidente da CDL-M defende que o comerciante nem sempre tem alternativas. “O comércio vive de venda. Às vezes, o comerciante força uma situação para poder atrair o cliente, porque ele tem metas”, frisou.

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