4 de set. de 2011

APOSTA EM PRÉ-PAGO É UNANIMIDADE

jornal Brasil Econômico 31/08/2011 - Priscila Dadona e Flávia Furlan

Ao mesmo tempo que o correspondente cambial é ponto divergente entre corretoras e bancos, o cartão pré-pago em moeda estrangeira é unanimidade no mercado. E tem tudo para crescer. O produto é tido como alternativa para fugir do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38%, que incide sobre gastos no cartão de crédito no exterior. No pré-pago, o consumidor paga 0,38% de IOF na hora de adquirir ou recarregar o cartão.

Segundo Renato Alves Rabello, diretor do banco Cruzeiro do Sul, do total de gastos dos brasileiros no exterior 20% são com cartões pré-pagos. Em julho deste ano, os brasileiros gastaram R$ 2,19 bilhões em viagens internacionais, um avanço de 42,8%em relação ao mesmo período do ano anterior.

O banco, que exporta R$ 5milhões mensais em papel moeda, aposta tanto neste segmento que lançou na última semana um plástico pré-pago para turistas com a possibilidade de carga em 11 moedas. Mas a estratégia da instituição financeira não para por aí. “Após o lançamento doméstico, vamos ampliar as parcerias com bancos estrangeiros, que farão a distribuição do cartão para corretoras e agências no exterior”, diz Rabello. De acordo com ele, ainda não há concorrência neste mercado, já que nenhum plástico de banco atuante no Brasil com real é comercializado a estrangeiros. "Vamos ser pioneiros."

A instituição está de olho na oportunidade que o negócio “câmbio” representa com a realização de eventos mundiais no Brasil, a Copa do Mundo em 2014 e a Olimpíada em 2016. De acordo com Rabello, o banco já exporta real em cédula para Europa e Estados Unidos e, por força da legislação, isso deve ser uma operação entre bancos, sendo que nestas localidades os parceiros são Commercial Bank e Bank of America.

De olho no grande fluxo de brasileiros à vizinha Argentina, o Confidence lançou este ano o Confidence Travel Card em peso argentino. A casa já possuía plásticos em outras moedas, como o rand da África do Sul, por exemplo. “Apostamos nos correspondentes cambiais para elevar nossa rede de clientes em pré-pagos”, afirma Andreas Wiemer, vice-presidente.

Sem mencionar números, Fabiano Ruffato, diretor do Fitta, garante que o produto vem crescendo “a percentuais agressivos ano após ano e ganha destaque no share da corretora”, diz.

João Medeiros, da Pioneer, vê no cartão pré-pago a grande evolução do câmbio turismo. A corretora está lançando um plástico corporativo para atender a empresas com grande demanda de viagens de funcionários e executivos ao exterior. “A empresa tem total controle dos gastos dos funcionários”, diz.

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