portal InfoMoney 14/09/2011 - Diego Lazzaris Borges
Os bancos reduziram a expectativa para o avanço do crédito ao consumidor neste ano, segundo dados divulgados pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nesta quarta-feira (14).
De acordo com a entidade, os bancos esperam que o crédito às pessoas físicas cresça 14,9% neste ano, 0,5 ponto percentual a menos do que a expectativa divulgada na última pesquisa (15,4%), em agosto.
No ano passado, essa modalidade cresceu 18,8% e, de acordo com os bancos, ela deve evoluir 14,3% em 2012, segundo a pesquisa de Projeções e Expectativas de Mercado.
De acordo com o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, esta redução se deve principalmente à piora do cenário externo, que afetou as expectativas de crescimento da economia brasileira.
“Com a piora no cenário externo, tanto na economia dos Estados Unidos quanto de alguns países da Europa, temos uma menor expectativa de avanço da economia e isso se reflete em números mais cautelosos em relação à expansão do crédito”, afirmou Sardenberg.
Crédito às famílias
Ainda em relação aos empréstimos para pessoas físicas, os dados mostram que os bancos esperam uma evolução de 15,7% neste ano em crédito pessoal - incluindo consignado -, ante uma alta de 25,2% em 2010.
Nas operações de crédito para aquisição de veículos, a pesquisa revelou que as instituições aguardam uma expansão de 15% em 2011, sendo que no ano passado o aumento ficou em 19,9%.
Em agosto, os bancos esperavam um aumento de 16,9% no crédito pessoal e de 15% no crédito para aquisição de veículos, o que remete a uma queda da primeira modalidade e estabilidade da segunda.
De acordo com o economista da Febraban, a possibilidade de agravamento da crise internacional, principalmente em relação aos problemas com dívidas de países europeus, acaba se refletindo nas operações de crédito. “Certamente são eventos que podem impactar no cenário de crédito e há uma antecipação por parte das instituições”, afirmou o economista.
Inadimplência
Em relação à perspectiva de inadimplência, que não distingue pessoas físicas e jurídicas e considera atrasos acima de 90 dias, a estimativa dos bancos é de uma taxa de 4,7% este ano, também igual à taxa esperada em agosto e um pouco maior do que em 2010 (4,6%).
“O impacto da crise no Brasil é menor do que no passado, então, não temos nenhuma preocupação significativa com a inadimplência”, disse Sardenberg. “Esta taxa pode até subir um pouco, chegar na faixa de 5%, mas não acreditamos em um aumento muito significativo”, completou.
Pessoa jurídica
Para o crédito às pessoas jurídicas, a alta esperada para este ano é de 15%, 0,5 p.p acima do percentual verificado na pesquisa anterior. No ano passado, por sua vez, o crédito para as empresas avançou 15,4%.
De forma geral, os bancos esperam que as operações de crédito da carteira total cresçam 16% neste ano, ante 20,5% registrados em 2010.
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