portal Executivos Financeiros 27/10/2010
O presidente da FPS (Fidelity Processadora e Serviços S.A.), uma joint venture entre a FIS (Fidelity International Services) e o Bradesco, Reginaldo Zero, revelou que a entrada em operação da bandeira Elo (Bradesco, Banco do Brasil e Caixa), prevista para acontecer até 30 de novembro deste ano, deverá representar um incremento de mais 80 a 90 milhões de plásticos ao mercado brasileiro e agregar, para a carteira da processadora, mais de 30 milhões de cartões Bradesco, nos próximos cinco anos.
A Fidelity acaba de anunciar novo contrato para processar mais 14 milhões de cartões de emissão do Bradesco, seu maior cliente, para o qual passa a processar 23 milhões de cartões. E deverá fechar o ano com um faturamento de R$ 450 milhões. Nos últimos cinco anos, revela Reginaldo Zero, a empresa registrou uma taxa média de crescimento de 37% ao ano, contra 22 % no mercado de cartões. No total, a empresa contabiliza 43 milhões de cartões processados.
Este ano, a operação brasileira deverá responder por 6% do faturamento mundial da FPS e por um terço (nove mil) do total de funcionários da empresa em todo o mundo. Só nos quatro sites de Jundiaí (interior de São Paulo) são cinco mil funcionários, sem contar os outros sites, de Itú e Barueri (Alphaville), todos em São Paulo.
Provocado a comentar sobre a movimentação do mercado de processamento de cartões no Brasil, o CEO da Fidelity, calcula que sem considerar os que são processados internamente pelos bancos emissores (como Itaú-Unibanco; Banco do Brasil e Santander) totalizam perto de 80 milhões. Destes, a empresa processa pouco mais da metade, ficando a CSU com 25 milhões de cartões; a Orbital (sete milhões) e Conductor (outros seis milhões).
O executivo acredita que o Orbital poderá reavaliar a operação diante da abertura de licitação da Caixa para processar os cartões internamente. Avalia que com a perda do contrato com a Caixa, a Orbital ficará, em termos de cliente de grande porte, apenas com o processamento dos cartões da Redecard. O mercado deverá registrar algumas outras perdas, e com isso a Fidelity deverá aumentar sua participação relativa no segmento. Uma oportunidade que deverá ocorrer até 2013 é o processamento no Brasil das transações dos plásticos de emissão da American Express, serviço que hoje é feito nos Estados Unidos.
Entre os demais clientes da Fidelity, Reginaldo destacou o Banco PanAmericano (com processamento de três milhões de cartões; a Visa Vale (com mais de cinco milhões); Banco Cruzeiro do Sul (um milhão de cartões); BRB (um milhão de cartões), entre outros. O Bradesco, o Banco Mercantil e o Cruzeiro do Sul já processam na nova plataforma Base2000. Os demais clientes são processados pela plataforma Vision Plus, que ficou com todos os private labels e a base mais antiga de clientes. No futuro, todos os clientes serão processados pela plataforma Base2000.
A participação societária do Bradesco na Fidelity é considerada estável por Reginaldo Zero, para quem as maiores chances de desinvestimento do banco poderão ocorrer num eventual IPO. Atualmente o banco da Cidade de Deus tem 49% das ações da Fidelity Brasil, enquanto a FIS detém 51%.
A nova geração de produtos serão os pré-pagos, acredita. “Hoje, já temos o GiftCard; os cinco milhões de cartões alimentação e refeição do Visa-Vale e os quase 1 milhão de cartões que os caminhoneiros usam para pagar pedágio, sacar dinheiro e colocar combustível. Já temos várias famílias de pré-pago. Mas agora, em dezembro, vamos lançar mais um produto. A próxima geração deverá ser na área de pré-pago”, antecipa.
Os investimentos em tecnologia (novas ferramentas, plataformas, reposição de equipamentos) na Fidelity são programados anualmente, sempre na faixa de 4% sobre a receita do exercício anterior, “mas nunca se gasta menos do que R$ 20 a R$ 25 milhões em TI por ano”, informa. Nos próximos cinco anos, a Fidelity projeta crescer entre 20 a 25% e a meta é chegar a R$ 1 bilhão, em cinco anos. Para Reginado Zero, o Brasil atingiu um patamar em termos de processamento de meios de pagamentos que nada fica a dever a países, como os Estados Unidos. O Brasil tem uma oferta de produtos que iguala ou ultrapassa o modelo americano, finaliza.
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