12 de out. de 2010

ANALISTAS REVEEM PARA BAIXO PROJEÇÕES PARA PAPÉIS DE CIELO E REDECARD

jornal Brasil Econômico 11/10/2010 – Thais Folego

No fim do mês, Cielo e Redecard irão anunciar os resultados referentes ao terceiro trimestre do ano. Será o primeiro balanço a trazer os números depois da abertura do mercado de cartões, com o fim da exclusividade entre Visa e Cielo, ocorrida em julho. A expectativa dos analistas, porém, é de que as mudanças não tenham grande impacto no curto prazo, mas que comecem a aparecer já em 2011.

O Goldman Sachs elevou a recomendação de neutro para compra das ações de Cielo (CIEL3). A recomendação neutra para Redecard foi mantida. As estimativas de preços alvos, porém, foram baixadas. “Nossas previsões macro atualizadas nos conduzem a baixar nossas estimativas para Cielo e Redecard, com previsão de taxas (de desconto, cobrada do lojista) mais baixas para 2010 e 2011”, diz em relatório os analistas do Goldman Sachs Carlos Macedo, Jason Mollin e Wesley Okada.

O preço justo das duas companhias foram baixados em cerca de 3%. Para os próximos 12 meses, o preço-alvo de Cielo é de R$ 18,50. Na sexta, os papéis fecharam cotados R$ 15,08. Para Redecard, o preço justo é de R$ 30, sendo que na sexta as ações fecharam a R$ 26,25.

Na semana passada, a Link Investimentos também revisou seus modelos para Cielo, incorporando novas premissas macroeconômicas, o resultado do primeiro semestre, os novos acordos realizados com bancos e bandeiras e uma visão um pouco mais pessimista do setor. O novo preço-alvo para o papel é de R$ 18,80 para dezembro de 2011,um potencial de valorização (up side) de cerca de 25%.“O novo up side esperado nos leva a ter uma visão um pouco mais pessimista”, diz a analista da Link, Mariana Taddeo, que rebaixou a recomendação do papel de outperform (performance acima da do mercado) para market perform (igual à do mercado), a mesma recomendação de Redecard.

A analista espera que para o balanço do terceiro trimestre seja possível ver cortes e reduções nas taxas de desconto e do aluguel de “maquininhas”, mas nada tão elevado. “Por conta de datas importantes como o Dias das Crianças e o Natal, os varejistas ainda não escolheram uma credenciadora, mas passada essa temporada, devem começar a centralizar em uma só”, avalia Taddeo.

A entrada de novos concorrentes nesse mercado e as pressões por mudanças regulatórias são apontadas como os dois pontos de risco para as companhias.

Prévia de resultados

A prévia do Goldman projeta um lucro líquido de R$ 369 milhões para Redecard, crescimento de 11% quando comparado a igual período do ano passado. Para Cielo, a expectativa é de um lucro líquido recorrente de R$ 461 milhões, 18,2%maior na comparação anual. A expectativa de receita é de R$ 881 milhões para Redecard (+ 16,6%) e de R$ 1,087 bilhão para Cielo (+ 17,5%).

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