jornal Valor Econômico 19/10/2010 - Cristiane Perini Lucchesi
O Citigroup vai trazer para a América Latina - inclusive ao Brasil - os serviços de banco no celular por meio de uma parceria com a America Mobile. Prepara-se ainda para começar a operar no país com um cartão de crédito pré-pago, que pode ser usado para pagamento de salários e benefícios do setor público, por exemplo. "O mundo digital é a saída para uma bancarização cada vez maior da população", afirmou o venezuelano Francisco A. Aristeguieta, diretor-geral da área de serviços financeiros (GTS) para América Latina do Citi.
Enquanto a bancarização propriamente dita atinge menos de 30% da população nos países da América Latina, a telefonia celular passa dos 90%, conta ele.
No mundo, o banco pretende investir US$ 1 bilhão em 20 países em cinco anos em tecnologia e pessoal na área de GTS, dos quais US$ 30 milhões serão investidos no mercado brasileiro. "Temos uma estratégia definida de priorizar emergentes e buscar retornos que não temos nos países desenvolvidos", afirma. "Estamos agora em uma fase nova de nossa história", diz ele.
No Brasil, a área de GTS fica sob os cuidados de Pedro Guerra e teve um crescimento no total de funcionários de 227 pessoas para 290 pessoas. Para 2011, a ideia é contratar ainda mais gente, nada menos do que 100 funcionários para a área, que engloba também gestão de tesouraria para clientes - com soluções cada vez mais eletrônicas -, custódia e serviços financeiros para investidores (setor no qual o Citi é líder no atendimento ao investidor externo), financiamento ao comércio exterior e serviços vinculados, além de crédito externo envolvendo organismos multilaterais e agências de crédito à exportação dos países ricos. Além disso, no GTS estão incluídos o cartão de crédito corporativo e o cartão pré-pago.
Do total de receitas líquidas do Citi na região, 25% vêm do GTS, revela Aristeguieta. No Brasil, o foco da atuação da área são as empresas multinacionais globais, as multinacionais regionais e também a grande empresa corporativa. "Queremos estar presentes nos diversos estágios da cadeia produtiva e melhorar nossos serviços de cobrança, nos aproximando de um banco comercial", diz o executivo.
A ideia é que tanto o cartão pré-pago como o serviço de banco pelo celular estejam operando a pleno vapor até o final do primeiro trimestre de 2011. O Brasil é responsável por aproximadamente 28% da receitas na América Latina da área de GTS.
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