21 de jul. de 2011

REGRAS DA PCI PARA CADA SEGMENTO

portal Decision Report 18/07/2011 - Bruno do Amaral

Para o comércio tradicional, manter um ambiente seguro para transações com cartões de crédito é necessário, mas não é algo que se possa utilizar no marketing para atrair mais consumidores. Por mais que seja um item óbvio na cartilha de negócios, certamente não é prioridade entre as empresas. Diante desse cenário, a Payment Card Industry (PCI) trata de estabelecer um padrão normativo com regras de segurança e "boas práticas", enquanto a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (Abecs) se encarrega de sua difusão no país. Mas será que as mesmas normas podem ser aplicadas em todos os tipos de negócio?

Constituída em 2006 em acordo entre cinco empresas globais do ramo (American Express, Discover Financial Services, JCB International, MasterCard Worldwide e Visa Inc.), o conselho da PCI conta agora com o brasileiro Henrique Takaki, gerente de Controle e Risco da Cielo, coordenador do Comitê de Prevenção a Fraudes da Abecs e, como representante no comitê da entidade internacional. O executivo propõe justamente uma revisão no padrão normativo, proporcionando um ajuste aos diferentes tamanhos de negócios.

"Um pequeno supermercado, açougue ou restaurante não consegue seguir todas as regras que estipulamos para os grandes", contou Takaki. Para ele, é impraticável seguir certas normas de segurança claramente pensadas para organizações com grande infra-estrutura, como servidores redundantes para backup e setor de TI. "É preciso ter regras compatíveis com o segmento", enfatiza. "Não dá para falar que existe uma regra única, as empresas e segmentos têm características individuais".

O compliance de acordo com o PCI não abrange somente a parte de informática, mas também a contratação de funcionários, os cuidados nas políticas de segurança e o ambiente da empresa, o que permite ser aplicado em diferentes configurações de negócios. Mas quem determina as regras, segundo o representante brasileiro, são os "grandes players do mercado norte-americano". E isso prejudica sua participação, já que cada uma defende o próprio segmento.

Apesar da difícil tarefa de propor uma nova perspectiva, Henrique Takaki considera sua posição no conselho uma experiência "gratificante". "Temos representantes de fabricantes de equipamentos, bancos e grandes empresas como Walmart, British Airlines, Cisco, Disney e Verifone", afirma, demonstrando a vastidão do mercado. "Mas o Brasil está representando não somente os grandes estabelecimentos, mas de todos os tamanhos", garante. O país é o único da América Latina na entidade e, por isso, está procurando levar a experiência local com auditorias para demonstrar o modelo proposto.

Mesmo com pouco tempo de cargo (ele entrou no lugar de Jorge Krug, do Banrisul, há pouco mais de um mês), o executivo já visa novas ações para tornar o PCI mais efetivo. "Só houve uma reunião até agora [desde que assumiu] e me falaram que eu estava tentando mudar o modo que o PCI trabalha hoje, o que é uma verdade", assume, explicando que é necessária a reorientação e que isso precisa ser estudado. "O que eles tinham como missão inicial era difundir, olhar o mercado com regras iniciais, e isso eles conseguiram", afirma. "Agora está na hora de divulgar e detalhar mais para olhar o mercado com uma lupa”.

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