22 de jul. de 2011

MEXICANA INVESTE EM MICROCRÉDITO NO NE

jornal Valor Econômico 21/07/2011 - Felipe Marques

A Financiera Independencia, maior empresa mexicana de microfinanças, pretende investir R$ 40 milhões em operações de microcrédito no Brasil até o fim do ano. O aporte será feito por meio da Finsol, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), que atua no Nordeste. O dinheiro será investido na Finsol enquanto a Independencia espera autorização do Banco Central (BC) para atuar diretamente no país. Marcello Pinto, diretor da Finsol, diz que a Financiera Independencia usou a Oscip para testar se valia a pena investir mais agressivamente no microcrédito brasileiro e pedir a licença no BC.

Com o dinheiro, a Finsol quer atingir uma carteira de cerca de R$ 100 milhões em empréstimos para pequenos empreendedores no fim do ano. Atualmente, a Finsol tem R$ 68 milhões em ativos de crédito e cerca de 42 mil clientes, o que a torna a maior instituição não financeira no microcrédito brasileiro. Com os bancos na conta, fica atrás do Santander, com 95 mil clientes e R$ 110 milhões, e do Banco do Nordeste, que administra o Crediamigo, maior programa brasileiro, com R$ 650 milhões e 760 mil clientes.

A Independencia comprou, em 2009, toda a operação da Finsol, que incluia negócios no México e Brasil, por US$ 41 milhões. Na época, a Independencia declarou interesse no "imenso potencial" para expansão do microcrédito brasileiro.

Para auxiliar no crescimento planejado, a Finsol realizou um levantamento do perfil de seus clientes ativos. O resultado derrubou um dos mitos do microcrédito: que as mulheres são mais pontuais. "As mulheres são a maioria de nossas clientes, mas seu índice de pagamento em dia fica só um ponto percentual acima ao dos homens, 85% contra 84%", diz Pinto. Segundo a pesquisa, 63% dos pequenos empreendedores que tomam empréstimos são mulheres.

Para Pinto, a maioria feminina não tem relação com caráter, mas sim com o ramo de atuação: o de artigos de vestuário e acessórios. "Na venda de roupas, a necessidade de capital de giro é alta e as vendas costumam ser a prazo. Então, para renovar o estoque, a vendedora precisa do crédito", diz.

Mas se não há distinção entre homens e mulheres, a pesquisa mostrou que os mais velhos pagam melhor. Nos tomadores de 18 a 30 anos 19% atrasam o pagamento em até 30 dias. No público entre de 61 a 70 anos fica em 12%.

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