29 de set. de 2010

JOINT-VENTURE DA OI COM CIELO DEVE INCENTIVAR ADOÇÃO DO M-PAYMENT NO BRASIL

portal Convergência Digital 29/09/2010 - Fernanda Ângelo

Uma joint-venture formada pela Cielo e a operadora móvel Oi pode colocar fim a dois dos principais obstáculos à adoção do móbile payment no Brasil. Anunciada nesta quarta-feira (29), a nova empresa, que terá seu comando compartilhado (50% - 50%) chega com a proposta de oferecer ao mercado uma plataforma interoperável para o pagamento móvel no País.

Pelo acordo, a Cielo passará a utilizar os celulares da Oi como em terminais de processamento de pagamentos. Além disso, dará aos terminais já existentes a opção de realizarem a transação através do número do telefone móvel, ao invés do tradicional cartão de plástico. O objetivo da nova companhia é formar uma plataforma comum para pagamentos via celular. “Com o acordo, o número de estabelecimentos que aceitarão pagamentos pelo telefone saltará de 75 mil (número de terminais Oi Paggo) para mais de 1,8 milhão (terminais Cielo em uso em estabelecimentos comerciais no país).

Além de aumentar a capilaridade de aceitação dos pagamentos realizados por clientes da Oi, o sistema da joint-venture, que passa a operar dentro de 180 dias, não terá a aceitação restrita a cartões da bandeira Elo ou emitidos pelo Banco do Brasil, nem tampouco suportará apenas celulares da Oi. “Outros emissores de cartões interessados também poderão aderir ao sistema. Este é apenas um primeiro passo para a disseminação do pagamento móvel no Brasil”, diz Denilson Molina, diretor de cartões do Banco do Brasil.

“Até hoje, tínhamos, de um lado, o sistema financeiro tentando fazer algo sozinho e, de outro, as operadoras de telefonia móvel [a Vivo também investe em iniciativa semelhante ao Oi Paggo]. A união que acabamos de formar é um marco nesse setor”, afirma Eduardo Chedid, vice-presidente de soluções e negócios da Cielo. “Estamos falando de um mercado que precisa de aceitação do cliente de um lado e estabilidade tecnológica, de outro”, completa.

João Silveira, diretor de mercado da Oi, afirma que o principal objetivo da parceria é consolidar o modelo e apresentar o funcionamento das transações e do sistema aos consumidores. Segundo ele, o Oi Paggo, que conta atualmente com 250 mil clientes – a maioria deles do Nordeste brasileiro –, teve por objetivo ajudar a entender e aprimorar o modelo de transação móvel.

A nova empresa ainda não tem nome definido, mas o suporte do sistema à interoperabilidade entre diferentes bandeiras, operadoras e emissores permite inferir que o nome “Oi Paggo” será substituído.

As decisões relacionadas à escolha de nome, local para as instalações, nomeação de diretores e outros pormenores da joint-venture serão tomadas dentro de 180 dias, prazo que a empresa levará para de fato começar a operar no mercado de m-payment. A partir de sua maturidade, que deve ser atingida em 2012, a meta será conquistar 1 milhão de novos clientes por ano, conforme adiantaram os executivos.

Classes C e D são alvo de novos cartões de crédito com marcas do BB e da Oi
Em outra parceria anunciada nesta quarta-feira (29), o Banco do Brasil e a operadora Oi uniram a força de crédito de um à base de clientes da outra para potencializar o uso dos serviços de crédito via celular no país. Além da joint-venture criada pela Oi com a Cielo, a parceria envolve o início, em 180 dias, da emissão de cartões co-branded (Oi e BB) de bandeira Elo focados nas classes C, D e E. “Em um primeiro momento, queremos promover o uso de cartões de crédito para clientes Oi. Depois, em uma segunda fase, faremos a promoção de novos serviços financeiros junto a esses usuários”, explica Denilson Molina, diretor de cartões do BB.

Segundo ele, os novos cartões terão como foco especialmente as classes menos favorecidas, já que as classe A e B já estão bastante familiarizadas com o cartão de plástico. A expectativa do BB é que mais da metade dos cartões emitidos sob ambas as marcas esteja nas mãos dos consumidores das classes C, D e E. “Os novos cartões também serão trabalhados junto às classes A e B, que terá boa representatividade sobre o montante transacionado”, afirma o executivo. “Em relação ao número de transações, porém, as classes C, D e E serão responsáveis por mais de 50%”, completa.

Ao contrário da plataforma para pagamento móvel lançada pela joint-venture entre a Cielo e a Oi, aqui sim haverá exclusividade entre os parceiros: somente o Banco do Brasil poderá trabalhar a base de clientes da Oi, atualmente de 60 milhões de pessoas (celular, banda larga e telefonia fixa).

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