1 de jun. de 2011

BRADESCO SE ANTECIPA COM MAIS AGÊNCIAS

jornal Brasil Econômico 01/06/2011 - Ana Paula Ribeiro e Vanessa Correia

Já com temor de perder a administração do Banco Postal, e assim a presença em 100% dos municípios brasileiros, o Bradesco acelerou nos últimos meses a abertura de pontos de atendimento em locais em que só contava com as lojas dos Correios para o atendimento ao público.

Só no primeiro trimestre foram abertas 1.542 novos pontos de Bradesco Expresso, que é o modelo de correspondente bancário da instituição financeira em parceria com estabelecimentos comerciais. Parte deles foi inaugurada em cidades que poderiam ficar sem atendimento do Bradesco no caso de outro operador para o Banco Postal.

Segundo a instituição, com as recentes inaugurações de Expresso e postos de atendimento avançado, que possuem custo de implementação menor do que uma agência tradicional, o Bradesco segue com presença em todos os municípios brasileiros, mesmo com a perda do Postal a partir de janeiro.

Em10 anos de parceria, o banco abriu 11 milhões de contas nas dependências dos Correios - esses correntistas permanecem como clientes do Bradesco, mesmo com o fim da parceria. Desses clientes, 93% ganham até três salários mínimos e quase 80% até um salário, segundo informações da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT).

“O Banco do Brasil terá que fazer investimento pesado, caso queira atrair os clientes que foram fidelizados pelo Bradesco em 10 anos de relacionamento”, diz Erivelton Rodrigues, presidente da Austin Rating.

Para ele, o Bradesco apostará em parcerias com o varejo, além da abertura de postos de atendimento bancário (PABs) — cujo custo é inferior ao da abertura de agências tradicionais — para manter sua presença nos municípios identificados como rentáveis. “Durante a parceria com o Banco Postal, o Bradesco pôde identificar os municípios que geravam um volume maior de operações e, com certeza, utilizará essas informações para neutralizar a ascensão do BB em pequenos municípios.”

Francisco Kops, analista do setor financeiro da Planner Corretora, acredita que o golpe levado pelo Bradesco foi duro. “Em contrapartida, o Banco do Brasil terá que rentabilizar a operação para mostrar que valeu a pena ter pago um preço alto pelo ativo”, afirma Kops.

Já a estratégia do Itaú foi difícil de entender. “A única razão que explicaria essa oferta de R$ 0,01 é pressionar os concorrentes a apresentarem propostas maiores. O Bradesco não teria apresentado o valor inicial se achasse que o Itaú não participaria”, diz Rodrigues, da Austin.

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