16 de jul. de 2011

FORTALEZENSE É O MENOS ENDIVIDADO DO NORDESTE

jornal Diário do Nordeste 15/07/2011 - Diego Borges

O endividamento está em ascensão em Fortaleza, mas apesar de a taxa ter registrado a quarta alta consecutiva no ano, chegando a 61,3% da população, ainda é a menor do Nordeste. Entretanto, apesar do menor comprometimento com parcelas, a Capital cearense é a segunda da região com o maior índice de inadimplência (6,3%), perdendo apenas para Natal, no Rio Grande do Norte, onde a falta de pagamento dos débitos é de 8,6%. Ou seja, o fortalezense está comprando menos, mas tende mais a deixar de honrar com seus compromissos. As informações, referentes a julho, são da pesquisa do Perfil de Endividamento do Consumidor da Região Nordeste, elaborada pela Fecomércio-CE (Federação do Comércio do Estado do Ceará) em parceria como o Etene (Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste).

Na região, a média de consumidores endividados é de 71,8%. A inadimplência chega a 4,8%. Cidades como Maceió, por exemplo, seguem um caminho inverso com relação a Fortaleza. Enquanto na Capital alagoana, 84,1% da população possui alguma dívida, sendo o maior índice do Nordeste; a taxa de inadimplência é de apenas 4,4%, a terceira menor. Os consumidores de Salvador, na Bahia, são os que menos possuem problemas para arcar com as dívidas, com taxa de 2,4%. São Luís é destaque também pela baixa inadimplência (2,6%), atrelada a um nível de endividamento maior (74,6%). O motivo para os débitos é principalmente a compra de alimentos no supermercado (38,9%), seguido da aquisição de itens de vestuário (18,6%).

Renda compromissada

Apesar de um índice de falta de pagamento relativamente baixo, no Nordeste, o nível de comprometimento da população está elevado e preocupa.

Em média, 31,3% do salário do nordestino já tem destino certo: o pagamento de dívidas. A taxa é superior à defendida por muitos consultores financeiros, que recomendam que essa parcela para a quitação de prestações fique, no máximo, entre 20% e 30%.

Corrosão de salários

As medidas macroeconômicas tomadas pelo governo no fim do ano passado para frear o consumo, com a redução do crédito e elevação da taxa de juros, na tentativa de barrar a inflação, tem feito o consumidor gastar mais para adquirir a mesma quantidade de produtos, o que pode estar elevando o nível de comprometimento do orçamento. Entre os nordestinos, expandiu-se ainda o percentual de pessoas com contas em atraso. Em julho, foi de 35,7%.

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