portal Valor Online 01/06/2011 - Ana Luísa Westphalen
A nova Boa Vista Serviços, que assumiu a operação da americana Equifax no Brasil, prevê faturamento de R$ 500 milhões neste ano.
Com a fusão, a empresa criada pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em conjunto com o fundo de private equity TMG, tem valor estimado entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões e nasce com participação de 45% do mercado de informações de crédito, tendo a Serasa Experian como principal concorrente.
A consolidação das plataformas de informação, que contemplará transações comerciais de consumidores e de empresas em território nacional, deve ocorrer até o fim do ano, segundo o presidente da Boa Vista Serviços, Dorival Dourado Júnior.
O negócio – com valor estimado entre R$ 225 milhões e R$ 300 milhões – foi feito por meio de troca de ações, conduzido pela TMG Capital, que tem a função de acionista gestor da empresa. A ACSP continua como sócia majoritária, com cerca de 60% do capital, enquanto a Equifax ficará com uma fatia equivalente a 15%, além de um assento no conselho de administração.
Mas a empresa americana, mais conhecida no segmento corporativo, tem interesse em ampliar essa participação. “O mercado de informação de crédito no Brasil é estratégico para nós”, afirmou o presidente da Equifax International, Paulino Barros.
De olho na implementação do cadastro positivo, que impulsionará o mercado de birôs (bancos de dados) de crédito no país, a companhia já faz planos de abrir o capital no futuro.
Segundo o presidente da TMG Capital, Luiz Francisco Viana, um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) está no horizonte desde outubro do ano passado, quando o fundo se associou à ACSP para constituir a Boa Vista Serviços, junto com a Associação Comercial do Paraná, Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro e Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre.
“Num momento do mercado de birôs tão importante, os planos são de manter aberta a porta do IPO”, disse o executivo, embora afirme que isso pode ocorrer “em questão de anos”. O executivo prevê um grande apetite pelo setor de informações creditícias, visto que ainda não há empresas desse segmento listadas na Bolsa.
Dourado vê um potencial de consumo para informações de crédito do Brasil como algo entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões por ano.
Segundo ele, a nova Boa Vista Serviços já está preparada do ponto de vista tecnológico e operacional para operar o cadastro positivo, que ainda depende de sanção presidencial. Mas ele acredita que ainda levará algum tempo para que o novo birô entre efetivamente em operação.
“Precisamos amadurecer enquanto sociedade e é preciso ser feito um trabalho intensivo junto ao consumidor”, observa. Isso porque, diferentemente do cadastro restritivo, o consumidor precisará autorizar a coleta de informações de crédito que irão compor o novo cadastro.
A empresa fruto da fusão com a Equifax continuará a atuar sob a marca Boa Vista Serviços, com sede no prédio da ACSP, no centro da capital paulista.
Com a união, o quadro de funcionários totalizará 900 profissionais, considerando os dez escritórios regionais que a empresa americana já possuía no país. Como parte do acordo, a Equifax também deixa à disposição da nova companhia US$ 100 milhões para investimentos.
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