jornal Brasil Econômico 02/06/2011 – Ana Paula Ribeiro
O Banco do Brasil espera conquistar entre nove e dez milhões de clientes nos cinco anos em que administrará o Banco Postal. Mas o vice-presidente de Varejo e Distribuição, Alexandre Corrêa Abreu, reconhece que os primeiros meses serão de baixa produção. "Não começamos com volume elevado, mas acreditamos que estaremos com a operação completa em 12 meses, com patamares semelhantes ao de hoje", diz.
Na terça-feira, o BB sagrou-se vencedor no leilão do Banco Postal - que há dez anos vem sendo administrado pelo Bradesco - com lance de R$ 2,3 bilhões. O BB assume o serviço em janeiro e o contrato pode ser renovado por mais cinco anos mediante novo desembolso.
O executivo explica que apesar do desembolso elevado, esse aporte permitirá ao BB antecipar uma estratégia prevista para 2015, que é a de estar em todos os municípios brasileiros. O BB tem agências em 3.170 cidades, Contando os correspondente, está presente em4.389municípios. Já o Banco Postal só não opera em 225 localidades. "A receita que obteremos suplanta esse investimento. Deixamos de investir e alocar energia na expansão da rede", justifica, acrescentando ainda que o valor é de mercado, uma vez que o lance vencedor foi apenas R$ 50 milhões superior ao do Bradesco, que também estava na disputa.
Segundo Corrêa Abreu, cada agência tem um custo médio de implementação de R$ 1 milhão, sendo que as complementares - modelo compacto que funciona junto com um correspondente bancário - exigem aporte menor. O plano era abrir 250 agências complementares em 2011. "Vamos agora fazer uma reavaliação", disse. Já a meta de abrir 200 agências tradicionais e 150 Estilo - destinada ao público de alta renda- está mantida.
Com o Banco Postal, o BB quer capturar o público de baixa renda. Para isso irá oferecer, além de serviços bancários tradicionais como abertura de conta e recebimento de pagamento, microcrédito e fazer a captura de prospotas de financiamentos do programa do governo federal "Minha Casa, Minha Vida". O executivo disse ainda que o banco vai conversar com os Correios sobre a possibilidade de distribuir cartões Elo - bandeira criada em parceria com o Bradesco destinada à baixa renda- e que a distribuição de benefícios dos programas sociais do governo é uma "oportunidade forte" a se explorar.
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