9 de ago. de 2010

GEMALTO FORTALECE UNIDADE DE E-BANKING

portal Risk Report 09/08/2010 - Moacir Drska

Ao longo dos últimos anos, a Internet vem se consolidando como um canal importante para os bancos brasileiros. Segundo a Febraban, o número de contas de Internet Banking no país chegou a 35 milhões em 2009 e a rede registrou uma participação de 20% na origem das transações bancárias, movimentando R$ 9,3 bilhões no período.
Porém, ao mesmo tempo em que a web se apresenta como um ambiente cada vez mais propício às transações financeiras, essa tendência também traz a necessidade das instituições financeiras equilibrarem fatores como comodidade e conveniência com a Segurança das operações realizadas.

Atenta a essa demanda e ao cenário brasileiro, a Gemalto elegeu o país como um de seus cinco mercados estratégicos para a oferta de soluções de Segurança Digital no setor bancário, plano que inclui a ampliação da unidade de e-banking da empresa e a busca da afirmação de sua liderança global no segmento.

“A Gemalto sempre teve identificação com a Segurança Digital e está investindo muito no segmento bancário, pois quer liderar esse mercado. Esse direcionamento está dentro da nossa estratégia geral de saltar de um lucro operacional de € 180 milhões em 2009 para €300 milhões em 2013”, explica Samuel Hourdin, Especialista de Negócio para e-banking da América Latina, recentemente contratado pela Gemalto.

Investimentos e estratégias

Dentro dos investimentos específicos para o segmento bancário, Hourdin destaca recentes aquisições realizadas pela Gemalto, como as compras da Valimo, da Todos e da unidade bancária da Xiring. As transações ampliaram o portfólio da empresa para o setor com soluções em campos como autenticação móvel e autenticação forte baseadas em cartão inteligente para e-banking e e-commerce.

“As três empresas são muito importantes para o mercado brasileiro. A Valimo, por exemplo, tem soluções de chaves públicas e o Brasil está utilizando muito a certificação digital, com incentivo do governo. O próximo passo é levar essa tecnologia, ainda restrita, para todos os públicos”.

Além de projetar o ganho de escala da Certificação Digital, o especialista salienta que a prioridade da Gemalto é desenvolver o mercado brasileiro de Segurança para as instituições bancárias como um todo, e que esse planejamento inclui a instalação de um escritório de vendas e de suporte técnico no país.

“Estamos fazendo isso como uma primeira etapa, pois não basta ter um portfólio extenso, é preciso também ter uma estrutura mais forte aqui no Brasil. Ao mesmo tempo, estamos investigando e identificando novas oportunidades e demandas dos bancos brasileiros, para aprimorar nossa oferta”.

Perfil exigente

Na análise do cenário brasileiro, Samuel Hourdin entende que o perfil do usuário de Internet Banking no país pode ser comparado ao que se verifica no mercado inglês, com uma demanda significativa por questões como agilidade e dinamismo nas transações virtuais, elementos que só reforçam as necessidades no campo da Segurança.

“Assim como acontece na Inglaterra, os clientes aqui são muito exigentes, adotam muito facilmente as novas tecnologias e não querem aguardar um dia para efetivar uma transferência, por exemplo. Tudo tem que ser muito rápido e isso traz um grande desafio para os bancos, pois eles têm que blindar essas operações com muita Segurança. Isso não é tão forte nos demais países da Europa e nos EUA”.

O executivo ressalta ainda que as transações eletrônicas realizadas no país incorporam múltiplas tecnologias, mas que por outro lado, essa diversidade acaba gerando algumas dificuldades, especialmente para os usuários.

“Como a busca por Segurança nesses canais é inevitável, o usuário acaba tendo de lidar, por exemplo, com muitas senhas. Na contramão dessa vertente, estamos direcionando nossos esforços para oferecer soluções que consigam aprimorar a proteção e, ao mesmo tempo, proporcionem mais facilidade e conveniência na utilização”.

A escolha do cliente

Diante desse contexto, Hourdin revela que a Gemalto está trabalhando no desenvolvimento de novas soluções que atendam a essas premissas, com destaque para os dispositivos com tecnologias de OTP (One Time Password).

“Depois do OTP 5, token que gera chaves dinâmicas, vamos passar para a nova geração que chamamos de desafio-resposta, onde o banco autentica o usuário e o usuário autentica o banco”.

Ele lembra ainda que a empresa lançou recentemente um novo produto, o Display Card, dispositivo que conta com um pequeno botão e que pode servir também como Token, cartão de crédito e débito, e tem capacidade de gerar chaves OTP.
“O mais importante é o cliente poder decidir como quer fazer sua autenticação. Se prefere o Token no celular, um cartão com display ou qualquer outro recurso nesse sentido. A despeito da tecnologia, os bancos têm que oferecer vários produtos e permitir que o usuário escolha a melhor alternativa de acordo com suas necessidades”, conclui.

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