25 de ago. de 2010

CSU INVESTE E NEGOCIA COM NOVOS PARCEIROS

jornal Valor Econômico 25/08/2010 - Adriana Mattos

A CSU CardSystem negocia, neste momento, parceria com dez companhias - entre bancos e redes de varejo - interessadas em se tornar empresas adquirentes no mercado de cartões de crédito, aquelas que fazem o credenciamento dos lojistas e capturam as transações.

"Dentro de dois meses deveremos anunciar novas parcerias. A ideia é acelerar esse processo porque acreditamos que, num prazo máximo de cinco anos, esse segmento com os novos entrantes já estará consolidado", afirma Marcos Leite, presidente da CSU, a maior processadora independente do setor de cartões no Brasil.

Com a abertura de mercado ocorrida na área a partir de 1º de julho, instituições financeiras nacionais e estrangeiras e cadeias varejistas passaram a avaliar a possibilidade de se tornar adquirentes, como fazem hoje a Cielo e a Redecard. Elas são responsáveis pelo credenciamento das lojas, fazem o gerenciamento de autorizações, capturas e pagamentos.

A questão é que essas novas adquirentes precisam de suporte tecnológico para colocar essa operação de pé. "Passamos dois anos estudando melhorias em nosso software, o Super Vision Plus, antes mesmo da abertura do mercado. Investimentos R$ 30 milhões em aperfeiçoamentos para estarmos prontos para atender essa nova demanda", afirma Marcos Leite.

O primeiro contrato da companhia foi fechado neste mês, com o acordo de prestação de serviços para o "acquirer" do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). A CSU será responsável pelo processamento das transações do cartão Banricompras e pelo início da captura de operações da bandeira Mastercard. A Banricompras tem uma rede de credenciados de 100 mil pontos na Região Sul e dois milhões de cartões emitidos.

Com as novas negociações na mesa, a CSU acredita que é possível liderar o processo de fechamento de parcerias com os novos adquirentes, apesar do aumento na concorrência de prestação de serviços aos novos entrantes.

"Conversamos com dez companhias hoje e acreditamos que esse mercado no Brasil pode chegar a ter entre 15 e 20 'acquirer'. Pelas nossas contas, temos condições de nos tormarmos líderes entre os parceiros dos novos adquirentes", diz o executivo do grupo, com mais de 20 clientes entre grandes, médios e pequenos bancos e cadeias de varejo, emissores de cartões.

Com 54,3% do mercado de processamento no país, a CSU registrou no segundo trimestre um lucro líquido de R$ 6,2 milhões, uma alta de 29,6% em comparação ao mesmo período no ano anterior. No semestre, a expansão atingiu 30%. O grupo fechou o período com 25,1 milhões de cartões em sua base, volume que representa um crescimento de 16,4% em 12 meses e de 2% frente ao trimestre anterior.

Especialistas do setor acreditam que haverá no curto prazo um considerável aumento da concorrência no negócio de processamento de adquirentes de cartões de crédito - que movimenta R$ 6 bilhões em faturamento e acaba de ser aberto com o fim da exclusividade da Cielo e Redecard.

Na mira das processadoras estão bancos de médio porte e setores que nunca trabalharam com cartão no passado - como redes de atacado e de serviços de saúde (como laboratórios e clínicas). Além da CSU, atuam na área grupos já ligados aos bancos como a Orbitall, controlada pelo Itaú; a Fidelity, parceiro do Bradesco; a americana EDS e a First Data.

Com base em dados de 2009, o mercado americano alcançou 58,1 bilhões de transações em cartões de crédito distribuídas entre 103 acquires. No Reino Unido, foram 7,7 bilhões, entre dez acquires, e no Brasil, 5,6 bilhões de transações centralizadas nas mãos da Cielo e Redecard no ano passado.

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