24 de ago. de 2010

LIBERCARD TRANSFORMA BILHETE DE TRANSPORTE EM CARTÃO DE CRÉDITO

jornal Brasil Econômico 24/08/2010 - Thais Folego

A maioria das capitais e muitas cidades brasileiras já implementaram o bilhete eletrônico como principal meio de pagamento do transporte público local. São cartões, em geral, sem contato, que realizam a transação por aproximação. Eles já estão na mão de muitos brasileiros que não saem de casa sem o plástico no bolso.

E por que não ampliar as funcionalidades desse cartão? Foi o que se perguntou mineira Junia Moreira da Fonseca, que já trabalhava há anos no segmento de cartões de crédito. A pergunta virou projeto pessoal, desenvolvido em parceria com o Grupo Guanabara, que atua exatamente na área de transportes públicos. Assim nasceu a Libercard.

"Nosso objetivo é transformar o cartão, hoje usado exclusivamente para o pagamento de transporte, em cartão múltiplo, com as funções de crédito, débito e pré-pagamento", conta Junia, sócia-diretora da empresa. Mesmo com a implementação de outras funções, o cartão continua sendo utilizado apenas por aproximação. "Hoje, 75 milhões de cartões sem contato são usados pela baixa renda no Brasil no transporte público. É uma boa oportunidade de inclusão financeira."

O primeiro lugar a receber a iniciativa foi a capital cearense, Fortaleza. "É uma praça receptiva à inovação", comenta Junia. Além da capital, hoje ela está presente em 22 outras cidades da região metropolitana de Fortaleza e na região do Cariri, que engloba Juazeiro do Norte, Grato e Barbalha. O objetivo da bandeira, atualmente local, é se tornar nacional. "Estamos em conversações avançadas com operadoras de transportes de grandes cidades, algumas capitais", conta Junia, sem dizer nomes. "Como boa mineira, ficarei quietinha", brinca.

De abril de 2008, quando a Libercard começou a atuar, até agora, a empresa converteu 161 mil bilhetes eletrônicos de transportes para cartões múltiplos. Isso representa, porém, apenas 10% de toda a base de bilhetes eletrônicos das cidades que mantêm parcerias com o cartão Libercard. A meta é migrar 25% dos 1,5 milhão de bilhetes até o final do ano.

Para expandir as operações nacionalmente, Junia não descarta a possibilidade futura de fechar parceria com uma credenciadora de estabelecimentos comerciais para a aceitação do cartão. Hoje, esse mercado é dividido entre Cielo e Redecard.

A Libercard trabalha de forma verticalizada: é, ao mesmo tempo, bandeira, administradora de cartões de crédito e credenciadora de estabelecimentos para a aceitação dos seus cartões. "Como é uma inovação, começamos fazendo tudo, mas devemos fazer uma parceria em breve", diz Junia.

E as perspectivas são positivas, já que as duas grandes bandeiras internacionais (Visa e Mastercard) têm projetos pilotos de pagamentos sem contato (contactless, em inglês) no Brasil, o que obriga as credenciadoras a adaptar suas máquinas para fazer esse tipo de transação.

"No Brasil, tem sido crescente o interesse de instituições financeiras em parcerias com o segmento de transportes, um bom canal para gerar uso ao cartão", diz Fernando Castejon, presidente da IntelCav, umas da maiores fabricantes de cartão no Brasil, e que produz cartões com a tecnologia sem contato. Ele avalia, no entanto, que esse é um mercado de nicho, para transações de baixo valor e que os cartões com contato continuarão sendo muito usados.

Quem É - Grupo Guanabara, dona da Libercard

A Libercard pertence ao grupo carioca Guanabara, que possui 25 empresas de transporte urbanos, intermunicipais e interestaduais de passageiros no Brasil.

A empresa atua também no setor hoteleiro, de turismo e imobiliário. As empresas do grupo transportam mais de um milhão de passageiros por dia.

Tendência é de transações sem contato

Na Ásia e nos Estados Unidos, o uso de cartões sem contato — em que a transação é efetivada com a aproximação do plástico da máquina leitora — é amplamente difundido pela conveniência e agilidade. No Brasil, ele tem sido popularizado nos transportes coletivos, com os bilhetes eletrônicos, mas o uso dele para pagamento de compras ainda é incipiente.

A Libercard se autointitula a primeira rede de pagamentos sem contato do Brasil, com a iniciativa que iniciou em abril de 2008 em Fortaleza (Ceará) de transformar o bilhete eletrônico de transporte em cartão de crédito, débito e de benefícios.

Em julho do mesmo ano, a bandeira de cartões Visa lançou um projeto piloto de pagamento sem contato com o Bradesco e a Cielo. No ano passado, o Banco do Brasil também aderiu ao projeto, também com o pagamento sem contato no celular — em que a aproximação do aparelho substitui o plástico —, em que a operadora de telefonia celular Claro também entrou como parceira. "Estamos fechando com mais uma operadora de celular e outros bancos", diz Marcelo Sarralha, diretor de Produtos da Visa do Brasil, sem poder citar nomes ainda.

Essa forma de pagamento está disponível somente para os funcionários da Visa, Bradesco, BB, Claro e Cielo e não tem data prevista para ser lançada comercialmente, o que depende dos bancos emissores de cartão. No ano passado, foi a vez da Mastercard — em parceria com a Credicard e Redecard —lançar um piloto no bondinho do Pão de Açúcar, rede de cinemas UCI, McDonald's e estacionamentos Estapar/Riopark, no Rio de Janeiro.

Segundo o diretor da Visa, esse projetos demoram para ganhar escala, pois dependem da adaptação pelas operadoras de cartões dos terminais de pagamento e da adaptação também dos bancos de seus sistemas de gestão de risco. "Com esses pilotos, estamos preparando o terreno para um lançamento massivo", diz Sarralha.

Transações rápidas

As transações com cartão sem contato normalmente dispensam o uso de senhas, pois foram pensados para transações de baixo valor, que têm baixo risco de fraude, para aumentar a velocidade da transação. "São para transações corriqueiras, diárias e de pequeno valor", diz Sarralha. Segundo ele, são ideais para lugares com grande movimento concentrado em um curto espaço de tempo, como restaurantes e cafés.

No caso da Libercard, que está colocando funções que permitem transações de valores mais altos no cartão, o uso da senha foi adotado.

3 comentários:

Anônimo disse...

Quando chega.quando solicito?

Ev André Brigido disse...

Queroigra valor de passcard para libercad, está funcionando?

Unknown disse...

Como adquirir??