30 de ago. de 2010

PAGAMENTO SEGURO ABRE FRENTES NA WEB

jornal Valor Econômico 30/08/2010 - Celia Demarchi

O comércio eletrônico pode estar no início de um processo de desconcentração, com o aumento da participação de empresas pequenas nas vendas, de acordo com Ricardo Dortas, diretor de projetos especiais do PagSeguro, empresa do grupo Uol. Dados do primeiro semestre deste ano confirmam essa essa percepção: enquanto as vendas das lojas virtuais como um todo aumentaram 40% nos primeiros seis meses do ano, as realizadas pelas micro e pequenas, isoladamente, cresceram acima de 100%, segundo o executivo.

Para Dortas, serviços como o PagSeguro, lançado em 2007 a partir da aquisição da BrPay, do Espírito Santo, têm contribuído para esse desempenho. Isso porque, quando os contratam, as micro e pequenas empresas, pouco conhecidas do grande público, passam a apresentar uma espécie de garantia perante o consumidor, além de melhorar a sua proteção contra fraudes.

O serviço é, ainda, muito prático: o PagSeguro cobra pelo serviço somente um percentual sobre cada venda efetuada. Ou seja, o comerciante só paga quando realiza uma venda.

O mecanismo do serviço é simples. O cliente do site se cadastra (caso se trate da primeira compra), digitando apenas informações básicas. Não há necessidade do uso de login, fator que desestimula o consumidor a concluir o cadastro e é considerado um dos grandes motivos de perda de vendas na internet.

A loja fica apenas com as informações fundamentais do cliente, como nome e endereço para entrega. Número de CPF e dados bancários são criptografados e utilizados apenas pelo PagSeguro, que recebe o pagamento e o repassa ao lojista em até 14 dias, após certificar-se de que não houve fraude na operação, para então poder liberar a entrega.

"Grande parte das lojas que nos contratam não conseguiria alcançar o consumidor e vender mais sem esse serviço", diz Dortas, informando que o PagSeguro tem clientes de todos os portes, de gigantes como Casas Bahia a lojas que realizam apenas uma venda por mês. O principal problema das pequenas e microempresas na internet, diz ele, é a ausência de uma loja física correspondente à virtual, de marca conhecida: "Essa dificuldade é menor para as grandes empresas, mas torna-se uma barreira séria para as pequenas, pois o cliente não as conhece e nem mesmo sabe onde se localizam".

Segundo Dortas, em 2007, quando o grupo Uol relançou a empresa BrPay, rebatizada como PagSeguro, não havia ainda esse tipo de serviço no mercado brasileiro. Exceto o oferecido pelo Mercado Livre, que era utilizado apenas para vendas do próprio site e se amparava em tecnologia mais antiga. Hoje, conta Dortas, esse nicho de mercado é disputado por 10 a 12 empresas, entre brasileiras, estrangeiras, grandes e pequenas.

Nos últimos três anos, por exemplo, o Mercado Livre estendeu seu serviço para outros sites, o eBay lançou o PayPal e o BuscaPé, o Pagamento Digital. De acordo com Dortas, porém, o PagSeguro lidera o mercado, embora ele afirme que não dispõe de números exatos de market share. Para ilustrar, ele conta que somente o Mercado Livre processou sozinho, no segundo trimestre deste ano, 1,3 milhão de pagamentos em toda a América Latina. "O Brasil deve representar algo em torno de 80% desse volume."

Nenhum comentário: