portal Portogente 17/01/2012
Para fazer frente à impunidade das operadoras de cartões de
crédito que realizam uma brutal transferência de renda dos seus clientes para
seus cofres, adotando taxas de juros de 237,9% ao ano, afetando, principalmente,
os trabalhadores e os consumidores que chegam agora ao mercado consumidor, a
União Geral dos Trabalhadores (UGT) inicia uma campanha de revisão coletiva das
dívidas para forçar a renegociação do montante das dívidas acumuladas.
As administradoras de cartões de crédito no Brasil cobram no
crédito rotativo uma taxa média de juros de 237,9% ao ano. Impunemente, sem
nenhuma regulamentação do Banco Central. Os cálculos foram feitos pela
Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).
“Vamos mobilizar os departamentos jurídicos da UGT e de suas
entidades filiadas no Brasil todo para suspender a sangria desatada que os
juros sobre juros geram na renda da classe trabalhadora”, afirma Ricardo Patah,
presidente nacional da UGT.
“É preciso que nos indignemos contra as ações arbitrárias e
impunes das operadoras de cartão de crédito, dos bancos e financeiras que
estabelecem as próprias taxas de juros para transferir renda da classe
trabalhadora e da nova classe média para seus cofres”, diz.
Dívidas artificialmente engordadas: quando o cliente parcela
as dívidas do cartão de crédito, as administradoras aplicam o maior juro
possível à dívida. Com o objetivo de aumentar a transferência de renda caso o
cliente volte a honrar seus compromissos e/ou ampliar a dívida que poderá ser
abatida na declaração do Imposto de Renda (IR), se não for honrada nos prazos
de seis meses ou um ano, de acordo com as regras da Receita Federal.
As financeiras, os bancos e as operadoras de cartão de
crédito podem abater no IR as dívidas que atingirem R$ 5 mil, vencidas há mais
de seis meses, desde que tenham sido formalmente cobradas dos clientes.
Vale o mesmo para dívidas acima de R$ 5 mil até R$ 30 mil,
por operação, vencidas há mais de um ano, mantida a cobrança administrativa. E
caso as dívidas superem R$ 30 mil reais e tenham mais de um ano, podem ser
abatidas integralmente no IR desde que se mantenham os processos de cobrança
administrativa.
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