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Brasil Econômico 27/01/2012 – FláviaFurlan
Após
um ano de negociações é criada no Brasil a primeira em- presa que se propõe a
ser uma solução completa de prestação de serviços para o setor financeiro e de
varejo. A holding Vegapar surgiu de uma “joint venture” entre a empresa de
recuperação de crédito Larc e a de terceirização de processos de negócios
Veganet, formando uma nova companhia com capital de ambas.
A
associação visa aumentar a capacidade de prestação de serviços e torná-las mais
competitivas. No ano passado, as duas empresas faturaram, juntas, R$ 58 milhões.
Para este ano, esperam crescimento de 30%.
As
duas empresas continuarão com gestões autônomas e será formado um conselho,
presidido por Jorge Abel, presidente da Veganet. Ele conta que, nos últimos cinco
anos, as empresas de call center —um dos serviços prestados pela Veganet, que
ainda inclui análise de crédito e de sinistros, por exemplo — resolveram adicionar
ao portfólio a recuperação de crédito, enquanto as em presas de cobrança
fizeram o caminho contrário, o que acabou não dando certo. “Os grandes clientes
fazem questão de manter distinção no trato dos assuntos”, afirma. Por isso, a
intenção de unir as empresas, mas manter gestões separadas, cada uma com sua
especialidade.
A
opção por criar uma holding — na qual se dará a troca de ações, sem necessidade
de investimento entre as partes— foi a forma encontrada para manter a
independência das empresas. A Veganet atende companhias como a Cetelem,
Tribanco e Icatu Seguros, enquanto a Larc tem em sua carteira Pernambucanas,
Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander, com os quais consegue em
99% dos casos realizar uma cobrança extrajudicial dos créditos em atraso, de
forma amigável e sem a necessidade de ir à Justiça, conforme explica o
presidente da Larc, Edison Lourenço.
As
companhias já iniciaram a comunicação com os clientes sobre a nova formação e,
agora, partirão para uma abordagem mais direta que abra espaço para a prestação
de novos serviços. “O contato inicial foi muito bem percebido”, diz Lourenço.
Planos
ambiciosos
Com
a organização da estrutura societária, não foge do radar das empresas partir
para a bolsa de valores no médio prazo, considerado o período de cerca de dois
anos. “Não nos sentimos grandes para pensar em abertura de capital, mas em
médio prazo faz parte do negócio até como estratégia para sustentar um
crescimento”, diz Abel. As empresas avaliam também em internacionalização, já
que há 12 anos ambas atuam apenas no mercado nacional. “Estamos abertos e nos
sentimos confortáveis em fazer isso”, conta o executivo.
Investimento
de R$10 milhões em pessoas
O
negócio de ambas as empresas tem foco no capital humano, o que deve ser o
destino de R$ 10 milhões em investimentos nos próximos 12 meses. “Um total de
70% dos nossos custos é com pessoas. A cada conquista de um novo cliente,
necessitamos de capital para recrutar e profissionalizar, para em 90 dias
conseguirmos algum retorno”, explica Jorge Abel, presidente da Veganet. Edison
Lourenço, da LARC, afirma ainda que é um desafio a busca por profissionais qualificados
no Brasil. “A solução que nós temos é investir em treinamento”.
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