jornal O Estado de S. Paulo 06/02/2012 - Roberta Scrivano
O uso do cartão pré-pago - no qual o saldo é determinado por
depósito bancário feito antes do uso - deve crescer fortemente entre os
brasileiros. Calcula-se que, em 2017, esse segmento movimente US$ 18 bilhões no
País. O volume é nove vezes maior que os atuais US$ 2 bilhões, gastos sobretudo
nos plásticos pré-pagos para viagens e para o pagamento de refeições.
Os dados são de pesquisa feita pela Mastercard em parceria
com a Boston Consulting Group e obtida com exclusividade pelo Estado. O
levantamento foi encomendado pela bandeira de cartões em âmbito global. O
motivo é mapear as oportunidades de negócios no segmento desse tipo de cartão.
Dentre os países da América do Sul, por exemplo, o mercado
mais promissor para o plástico pré-pago é o Brasil. Boa parte disso se deve ao
tamanho do mercado nacional, que é muito maior que o dos países vizinhos.
Especialistas em finanças pessoais aproveitam essa informação
para justificar a afirmação de que os cartões pré-pagos devem, de fato, entrar
mais fortemente no território nacional daqui em diante.
Liao Chieh, professor de finanças do Insper - Instituto de
Ensino e Pesquisa, pontua, por exemplo, que há grande espaço para o crescimento
do uso do cartão deste tipo entre a parte da população que ainda não tem conta
em banco. Ou, ainda aqueles que querem evitar a incidência das taxas bancárias
sobre o rendimento, complementa a Mastercard.
No estudo feito pela bandeira de cartões, cinco segmentos
são apontados como os com mais chance de crescimento. O pré-pago para ser usado
em viagens internacionais; o para uso geral e em moeda local; o cartão
vale-presente; o plástico de incentivo, dado como bonificação pelas empresa aos
funcionários; os vale refeição e alimentação;
além de um outro específico para trabalhadores autônomos, sobretudo
caminhoneiros.
Alexandre Magnani, vice presidente de desenvolvimento de
novos negócios da Mastercard, diz que, a partir da definição desse segmentos, a
bandeira de cartões já desenvolveu plásticos para cada uma das modalidades, com
exceção dos vales refeição.
A Visa e a American Express também são bandeiras que têm
cartões pré-pagos. Fábio Gallo, professor de finanças da Fundação Getúlio
Vargas e da Pontifícia Universidade Católica (PUC), recomenda, inclusive, que
antes de adquirir algum desses cartões, é importante comparar entre a marcas os
benefícios de cada uma delas.
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