portal IDG Now! 14/02/2012 - Renato Rodrigues
Cibercriminosos brasileiros conseguiram mais um
"avanço" em termos de malware projetado para roubar dados
financeiros. A novidade é o "Chupa Cabra" – um código malicioso
desenvolvido para copiar e transmitir informações de cartões de débito e
crédito a partir das leitoras de cartões presentes em lojas, supermercados e
postos de gasolina, por exemplo.
"Instalar um aparelho chupa-cabra físico em um caixa eletrônico
é arriscado", escreve o pesquisador Fabio Assolini no blog da Kaspersky
Lab. "É por isso que carders brasileiros uniram forças com programadores
locais para desenvolver uma maneira mais fácil e mais segura para roubar e
clonar cartão de crédito", disse. Carders são criminosos especializados na
clonagem de cartões.
É aí que entra o vírus. Instalado no micro onde as leitoras
(PIN pads) são conectadas, ele intercepta a comunicação da leitora com o
software de pagamento e envia as infos para o cibercriminoso. Inserir um
malware em um PC é mais simples do que trocar a leitora ou colocar algum
aparelho extra nela.
O malware foi detectado pela primeira vez no Brasil em
dezembro de 2010 como Trojan-Spy.Win32.SPSniffer, e tem 4 variantes (A, B, C e
D). O programa vem sendo negociado
cibercriminosos brasileiros (os Rauls) por 5 mil dólares, conta o analista. Ele
explica que estes Trojans são altamente especializados e miram metas
específicas.
Assolini diz que os leitores de cartão são protegidos com
recursos de hardware e de software para criptografar as informações do cartão e
a senha digitada, mas estes dispositivos estão sempre conectados a um
computador via conexão USB ou serial. Segundo ele, leitores "mais velhos e
ultrapassados, ainda usados no
Brasil", são vulneráveis justamente neste ponto.
Chupa_cabras
Trecho do malware traz o termo "Robin Hood"
Os principais dados do cartão, como número, nome e código de
segurança, não são codificados em dispositivos antigos, sendo transmitidos em texto
simples (simple text). O malware intercepta essa transmissão e a envia para o
cibercriminoso.
De acordo com ele, as empresas de cartão de crédito,
avisadas do problema, começaram a fazer updates do firmware das leitoras
antigas, de modo a proteger os dados.
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