jornal Brasil Econômico 23/01/2012 – Ana Paula Ribeiro
Em nove meses e meio de operação, a bandeira Elo já
conseguiu colocar na rua 1,5 milhão de cartões de débito e crédito, segundo
dados do presidente da empresa, Jair Scalco, com exclusividade para o BRASIL
ECONÔMICO. Esse foi o esforço conjunto dos três bancos emissores desses
plásticos—Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal — e que também
são os donos da bandeira. “Esse número foi atingido na semana encerrada em13 de
janeiro. Já ultrapassamos essa marca e temos um plano ambicioso para 2012”, afirma
o executivo, sem revelar qual é a meta a ser atingida até dezembro.
A Elo busca números grandiosos desde a sua criação, uma vez
que é a união em um negócio de três dos maiores bancos do país, como objetivo
de alcançar uma fatia de 15% do mercado de cartões até 2015.
Atualmente, o mercado brasileiro tem 439,6 milhões de plásticos
de débito e crédito, segundo a Associação das Empresas de Cartões de Crédito e
Serviço (Abecs). Ter 15% disso, portanto, equivale a 66 milhões de cartões, o
que mostra o longo caminho da Elo pela frente.
E nessa caminhada a empresa se prepara para iniciar a diversificação
de seu leque de cartões. Já neste trimestre, vai lançar os cartões de
benefícios voltados para alimentação e refeição. De acordo com Scalco, os
testes já foram feitos e agora só falta liberar a emissão aos três bancos.
Já no segundo semestre será a vez do lançamento dos pré-pagos.
O executivo explicou que a plataforma irá abrigar vários tipos de cartões com
essa funcionalidade e, a partir daí, cada emissor escolhe que estratégia utilizará
para explorar esse segmento de plásticos. “Quem vai definir em que mercado vai
trabalhar com o pré-pago, se para todo a base de clientes ou um determinado
nicho, como cartões presente, é o banco. Nós só oferecemos a funcionalidade.”
Scalco espera também uma maior aceitação da Elo no comércio
eletrônico. “As negociações já estão praticamente finalizadas. Acreditamos que
nesse semestre a Elo já esteja disponível na grande maioria das lojas
virtuais”, diz.
Além de novos produtos, a Elo também prepara uma campanha
publicitária e ações de marketing para continuar a divulgação da marca e para
os estabelecimentos comerciais que aceitam a bandeira deixarem a opção mais
visível ao público.
De acordo com o executivo, em dezembro do ano passado, 200
mil estabelecimentos capturaram transações de cartões com a bandeira Elo. Esses
plásticos podem ser aceitos na rede da Cielo, controlada por BB e Bradesco, e
que conta com 1,6 milhão de pontos de venda em todo o Brasil. No entanto, o
executivo lembra que nem todos receberam a visita de um consumidor que possua o
Elo.
Embora a emissão dos cartões tenha se iniciado em abril, as
campanhas publicitárias tiveram início apenas em novembro, em junto à Cielo,
para esclarecer os estabelecimentos credenciados. Os bancos parceiros também
fizeram ações parecidas. “Os nossos números de aceitação estão ainda sem
refletir essas campanhas”, considera Scalco.
Fase de consolidação
Nessa primeira fase de expansão da bandeira, a Elo não
trabalha para que outros bancos passema emitir a bandeira. Segundo o executivo,
isso só será possível após todas as normas, procedimentos e regras da Elo
estiverem consolidadas. “Ainda não estamos prontos para ter outros emissores”,
diz.
No lançamento do projeto, em2010, os três bancos já
apontavam a possibilidade para a emissão do cartões por outras instituições
financeiras com o amadurecimento da Elo. Esse poderá ser um diferencial da Elo
em relação à Hipercard, bandeira nacional que nasceu no Nordeste e que pertence
hoje ao Itaú Unibanco.
Com mais de 10 milhões de plásticos, esses cartões são
distribuídos no hipermercado Walmart — que comprou a rede Bom Preço e depois
vendeu o Hipercard para o Unibanco.
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