6 de ago. de 2010

COM GASTOS SOB CONTROLE, CIELO BATE RECORDE EM GERAÇÃO DE CAIXA

jornal Brasil Econômico 06/08/2010 - Thais Folego

O fim da exclusividade com a Visa exigiu da Cielo (ex-Visanet) mudanças para se preparar para um cenário de maior concorrência, como o aumento dos gastos com campanhas de marketing e programas de fidelização de lojistas. Apesar disso, a companhia conseguiu manter custos e despesas sob controle no segundo trimestre, o que ajudou a registrar uma margem Ebitda de 70,1%, um novo patamar recorde, destaca Marianna Waltz, gerente da equipe de pesquisa do BB BI, em relatório.

O Ebitda ajustado (lucro líquido antes do imposto,de renda e contribuição social, das despesas de depreciação e amortização e do resultado financeiro) do segundo trimestre foi de R$ 735,3 milhões, avanço de 26,1%. O lucro líquido no período foi de R$ 457,7 milhões, crescimento de 25,5%.

As despesas operacionais aumentaram R$ 11,9 milhões, ou 13,1%, para R$ 102,6 milhões no trimestre. O principal fator que impactou esse resultado foi a despesa com marketing, que cresceu 131,8%, para R$ 36 milhões. Ela foi compensada, em parte, pela queda das despesas administrativas, que recuaram 6,5%, para R$ 26,8 milhões. A manutenção do patamar de custos pode ser vista pelo custo unitário por transação, que ficou em R$ 0,267, 1,5% inferior ao primeiro trimestre.

"Temos uma forte política de controle de despesas e custos que é seguida dia-a-dia", diz Rômulo Dias, presidente da Cielo. "Isso é comprovado quando vemos que o Ebitda cresceu 27% e o lucro 25%, enquanto a receita teve um avanço de 20%." Segundo Dias, para este ano, os gastos com marketing devem ficar entre 3,5% e 4% da receita líquida da companhia.

Concorrência

Segundo Marianna, do BB BI, em comparação com o resultado da Redecard, o desempenho da Cielo foi melhor em função da manutenção de custos e despesas, enquanto que a concorrente teve elevação significativa nesses itens. "E, diferentemente da Redecard, a Cielo ainda possui gordura para queimar no que diz respeito à renegociação de contratos com fornecedores e aprimoramento de processo", avalia a analista da Ativa, Laura Lyra Schuch, em relatório.

Os impactos da maior concorrência no resultado das duas empresas, porém, só aparecerão para valer no balanço do terceiro trimestre. O presidente da Cielo destaca, ainda, as parcerias com American Express, Sorocred e Ticket.

Para Marianna, os resultados do segundo trimestre marcam o fim das margens recordes, pois a não exclusividade deve levar à aceleração da queda do preço do aluguel e das taxas de desconto cobradas dos lojistas, além da perda gradual de participação no mercado, com efeitos a serem sentidos já no terceiro trimestre.

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